Numa entrevista à repórter Camila Mattoso, da “Folha de S. Paulo” (quarta-feira, 3), publicada sob o título de “‘DEM não vai com extremos em 2022, mas não posso descartar agora estar com Bolsonaro’, diz ACM Neto”, o presidente nacional do Democratas admite que não tem compromisso com o governador de São Paulo, João Doria, e que, dependendo das circunstâncias, pode até apoiar a reeleição de Jair Messias Bolsonaro.
O ex-deputado federal e ex-prefeito de Salvador não acredita que o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro será candidato. Também não mostrou entusiasmo, ainda que tenha sido lacônico, a respeito de Luciano Huck — que, há quem diga, espera se tornar o novo Faustão da Globo.
Instado a responder se Bolsonaro hoje é menos extremista do que nos dois últimos anos, ACM Neto frisa que “o presidente tem pessoas no entorno dele que são mais extremistas do que ele”. De fato, o jogo com o centrão indica que Bolsonaro não é tão radical quanto sua “boca” sugere. O radicalismo excessivo é, quem sabe, um meio para ligá-lo com o eleitorado “radical” que o apoia.
Sobre João Doria, do PSDB, ACM Neto postula: “Da mesma forma que lhe afirmo que não temos compromisso com Doria, e nunca tivemos, também devo dizer que jamais nós descartamos essa possibilidade. Não é certo dizer que há compromisso, como não é certo dizer que há veto”. Eis a realpolitik expressada com estrema habilidade. Um caso para a ciência… política.
Fonte: Jornal opção