Em Goiás, declaração de rebanho e vacinação obrigatória contra a raiva de herbívoros começam em 1º de maio
Cortes no Plano Safra e Seguro Rural aumentam incerteza para o agronegócio em 2025
O agronegócio brasileiro atravessou um período desafiador em 2024, registrando uma retração de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB), conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse resultado fez do setor a única atividade econômica a apresentar queda no período, levantando preocupações sobre sua competitividade e estabilidade.
Diante desse cenário, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem defendido a inclusão do Seguro Rural entre as despesas obrigatórias da Lei Orçamentária, sob a justificativa de que esses mecanismos são essenciais para a sustentabilidade da produção agrícola e a segurança alimentar do país.
No entanto, a tentativa de garantir essa previsão orçamentária para 2025, por meio da Lei 15.080/24, foi vetada pelo Executivo, gerando incertezas no setor.
O Seguro Rural no Brasil é altamente dependente do subsídio oferecido pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), e essa dependência afeta diretamente a segurança e o planejamento das empresas do setor.
Quando o governo não sinaliza de forma clara e antecipada a manutenção ou ampliação do orçamento destinado ao PSR, essas companhias enfrentam dificuldades para projetar seus planos de médio e longo prazo.
Essa falta de previsibilidade compromete o desenvolvimento de novos produtos, a ampliação de coberturas e até a entrada de novas companhias no setor. A instabilidade orçamentária também gera incerteza para os produtores rurais, que acabam menos propensos a contratar o seguro sem o subsídio, expondo-se a riscos climáticos e financeiros.
Como resultado, todo o ecossistema do seguro agrícola é impactado – seguradoras, corretores, produtores e até instituições financeiras que dependem da proteção para liberar crédito rural. Portanto, a ausência de uma política pública estável e contínua no PSR compromete não só a sustentabilidade do mercado segurador, mas também a resiliência do agronegócio brasileiro frente a eventos climáticos extremos.
“Sem previsibilidade no orçamento da subvenção, as seguradoras perdem capacidade de planejamento, e os produtores ficam mais vulneráveis. Isso compromete não apenas o mercado de seguros, mas também a segurança do próprio agronegócio brasileiro”, analisa Vitor Ozaki, professor da USP/ESALQ, especialista em seguros agrícolas.
Rio Verde Rural
Dia da Mulher: agronegócio tem crescimento feminino na força de trabalho
O Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente em 08 de março é uma data comemorativa, oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no século XX, e visa homenagear todas as mulheres e suas lutas históricas. Ao longo dos anos, toda sociedade é convidada para equiparar condições entre homens e mulheres, sem distinções ou discriminações.
Um dos principais setores da economia brasileira vem notando a crescente participação feminina: o agronegócio brasileiro nota o aumento das mulheres em todos os elos da cadeia agrícola, consolidam sua presença e ampliam seu impacto econômico e social.
Segundo pesquisa realizada pelo Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro, uma publicação trimestral elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), quase 11 milhões de mulheres no Brasil trabalham com o agronegócio. Trata-se de um número que cresce ano a ano.
Dentro do Sistema Campo Limpo, o programa brasileiro e referência mundial de logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas, as mulheres estão presentes em todos os elos da cadeia: produtoras rurais, canais de distribuição, cooperativas, indústria e poder público possuem a presença feminina.
É o caso da Glaucy Ortiz, engenheira agrônoma e gerente de inspeção e defesa sanitária vegetal da Agência Estadual de Inspeção e Defesa Sanitária Animal e Vegetal no estado do Mato Grosso do Sul (IAGRO/MS), que relata que o apesar da convivência familiar ocorrer no âmbito das cidades, a escolha pela Agronomia foi definida após teste vocacional.
“Logo no início do curso, essa vocação já se consolidava em minha vida pois ao ter experiências com as atividades agropecuárias meu horizonte profissional se ampliava ainda mais! A profissão te oferece enorme possibilidades, como o trabalho na produção de alimentos, desenvolvimento de biotecnologias, ciências do solo, conservação ambiental, produção de fibras e energia, ensino, pesquisa e desenvolvimento de políticas públicas, quer seja no âmbito da assistência técnica ou na defesa agropecuária”, explica.
Impacto positivo e orgulho em pertencer
Ainda de acordo com Glaucy, atuar no agronegócio é um desafio prazeroso e vê com entusiasmo o aumento do número de colegas. “Quando me formei há 25 anos, eram cinco mulheres engenheiras agrônomas formando, de um total de 45 formandos, um pouco mais de 10%. Hoje, na academia e no ambiente rural as mulheres têm se destacado em número e em qualificação.”
“No setor público, no qual atuo, vejo mais mulheres em cargos de lideranças, assumindo papéis estratégicos no agronegócio tanto na construção de políticas públicas quanto no ambiente de produção privada e tudo isso é maravilhoso pois me sinto cada vez mais inspirada e com oportunidade de aprender ainda mais, com outras mulheres que tem feito diferença onde atuam”. conclui Glaucy.
Deise Nicolau, bióloga e coordenadora de Meio Ambiente da cooperativa Cotrijal, também destaca o orgulho em atuar no agro há mais de 15 anos. “O agronegócio desempenha um papel essencial no fornecimento de alimento e demais produtos tanto para a nossa população quanto para o mundo. Estar inserida no agro é motivo de orgulho. A importância do protagonismo das mulheres na agricultura decorre de suas contribuições em diferentes aspectos desse setor. Elas estão envolvidas tanto em tarefas operacionais quanto em papéis de liderança, aumentando sua presença e influência nos processos de tomada de decisão”.
Patrícia D. de Sá Rizzo, Direct Procurement da UPL, destaca o orgulho em atuar no setor, integrar o Sistema Campo Limpo, e incentiva outras mulheres. “Mesmo atuando em um segmento majoritariamente masculino, nunca experimentei preconceito. Isso me inspira ainda mais a encorajar outras mulheres a reconhecerem e explorarem seu potencial, independentemente da área ou da predominância masculina.”
“Além disso, acredito que a presença feminina no agronegócio é essencial, pois traz diversidade de ideias, métodos de trabalho e formas de gerenciamento. Essa variedade enriquece o ambiente profissional, fortalece o setor e impulsiona inovações e soluções mais abrangentes.”, finaliza Patrícia.
Rio Verde Rural
Livro “COMIGO: 50 anos de excelência, inovação e cooperação no agronegócio”
Na noite de sexta-feira, 14 de fevereiro, a Cooperativa COMIGO (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano) celebrou seus 50 anos de história com o lançamento do livro “COMIGO: 50 anos de excelência, inovação e cooperação no agronegócio”.
O evento, realizado no Salão Social da Associação Atlética COMIGO, em Rio Verde, reuniu líderes do setor agropecuário, autoridades políticas, cooperados e colaboradores, marcando um momento de celebração e reflexão sobre a trajetória transformadora da cooperativa.
Fundada em 1975 por 50 produtores rurais do Sudoeste goiano, a COMIGO se destacou por seu papel pioneiro na modernização da agropecuária regional. Ao longo das décadas, a cooperativa foi uma das grandes responsáveis pela adoção de novas tecnologias de produção e comercialização no campo goiano, com investimentos em insumos modernos, um robusto sistema armazenador e a transformação de matérias-primas.
Hoje, além de Rio Verde, a COMIGO está presente em mais de 18 municípios, com unidades de negócios que abrangem desde lojas agropecuárias até a produção de suplementos minerais e unidades armazenadoras.
O livro, que serve como um rico registro da evolução do agronegócio e da industrialização no estado de Goiás, narra a história da COMIGO e o impacto que a cooperativa teve na transformação da região.
A obra é resultado de um trabalho cuidadoso de pesquisa e levantamento de dados, realizado ao longo dos últimos anos pelo autor, Wêuller Freitas, que tem uma longa trajetória de dedicação à cooperativa.
Segundo Wêuller Freitas, a pesquisa foi feita com base em conversas com fundadores e colaboradores antigos, além de materiais históricos coletados ao longo das décadas.
A solenidade de lançamento foi marcada por discursos emocionados e gratidão a todos que contribuíram para o sucesso da COMIGO.
O presidente executivo da cooperativa, Dourivan Cruvinel, destacou as perspectivas futuras para a cooperativa, revelando planos de crescimento arrojados: “Vamos quase dobrar o faturamento da cooperativa COMIGO”, afirmou Cruvinel, apontando também para novos investimentos em Formosa, Goiás, como parte do processo de expansão e modernização da cooperativa.
Leonardo Freitas, CEO do Rio Verde Rural, ressaltou a importância da COMIGO no fortalecimento da comunicação no agronegócio: “Quero aproveitar para agradecer o apoio da cooperativa em promover sua marca na imprensa. A COMIGO tem sido uma grande incentivadora da comunicação, permitindo que as inovações e desafios do setor agropecuário cheguem a todo o Brasil”, disse Leonardo Freitas.
Antonio Chavaglia, presidente do conselho administrativo da COMIGO, enfatizou a responsabilidade e a idoneidade da cooperativa, que é reconhecida nacionalmente por sua seriedade e contribuição para o desenvolvimento de Goiás.
“Qualquer pessoa que olha para o Estado de Goiás e olha para a COMIGO reconhece o que foi realizado – mais do que sonhado”, declarou Chavaglia, evidenciando o impacto da cooperativa não só em Goiás, mas no Brasil como um todo.
Emocionado, Wêuller Freitas, autor do livro, recordou os momentos marcantes da trajetória da cooperativa, como a instalação da primeira indústria, a exportação pioneira de soja para a Europa e o reflorestamento iniciado pela COMIGO.
“São 50 anos de ousadia e inovação. A COMIGO foi responsável por muitas conquistas pioneiras, e esse livro é um tributo a todos que ajudaram a construir essa história”, afirmou Freitas, visivelmente tocado pelo trabalho realizado
Rio Verde Rural
Vacinação contra a raiva em bovinos e bubalinos atinge 99% dos animais
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) contabilizou os dados da segunda etapa de vacinação obrigatória contra a raiva, nos 119 municípios considerados de alto risco para a doença.
Realizada de 1º de novembro a 15 de dezembro de 2024, a vacinação atingiu 2.564.196 bovinos e bubalinos, na faixa etária vacinal de 0 a 12 meses, o que corresponde a 99,15% do total de animais declarados.
A medida sanitária está prevista na Portaria nº 473/2024 da Agrodefesa, que estabelece o calendário oficial da segunda etapa de vacinação contra a raiva e declaração de rebanho. A primeira etapa foi realizada no mês de maio.
“Ficamos extremamente satisfeitos com o resultado, que chegou a quase 100% dos animais. Isso mostra o compromisso dos nossos pecuaristas com a sanidade do rebanho e contribui para que tenhamos uma produção livre de doenças, abrindo mercados e também protegendo a saúde não só animal, como humana, já que a raiva é uma zoonose”, ressalta o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
A segunda etapa da vacinação antirrábica em Goiás também foi obrigatória para equídeos (equinos, muares, asininos), caprinos e ovinos com idade de zero a seis meses, nos 119 municípios considerados de alto risco para a doença.
Municípios goianos com vacinação obrigatória
Dos 119 municípios onde a vacinação é obrigatória, 12 cidades alcançaram 100% de índice vacinal em seus rebanhos. São elas Água Fria de Goiás, Araçu, Campinorte, Chapadão do Céu, Joviânia, Mambaí, Paranaiguara, Pilar de Goiás, Rialma, São Simão, Teresina de Goiás e Vianópolis.
“Além disso, das propriedades que realizaram a vacinação, nenhuma ficou abaixo de 95% no índice vacinal de seus rebanhos, o que é um ótimo alcance”, salienta o presidente.
O relatório traz, ainda, que 4.814 propriedades do estado não realizaram a vacinação – 6,5% do total de 74.600, considerando os 119 municípios.
“Essas propriedades ficam sujeitas a penalidades previstas na legislação sanitária animal vigente, incluindo multa e a proibição da emissão de GTA, para movimentação dos animais no estado, até a sua regularização. Mas é muito importante que busquem regularizar sua situação o quanto antes, em uma Unidade Operacional Local da Agrodefesa, pois além dos impactos na sanidade, evitam expor o rebanho à raiva, que pode ser transmitida pela mordida de morcegos hematófagos”, alerta o diretor de Defesa Agropecuária, Rafael Vieira.
Mudanças em 2025 na vacinação contra a raiva
A partir de 1º de julho de 2025, algumas mudanças entrarão em vigor nas estratégias para o controle da raiva de herbívoros em Goiás. Uma delas diz respeito à obrigatoriedade da vacinação.
De acordo com a Instrução Normativa nº 01/2025, publicada no último mês, a vacinação passará a ser exigida nas propriedades foco (com diagnóstico laboratorial da doença em seu rebanho) e será também recomendada nas propriedades situadas em um raio de até 12 quilômetros a partir do foco (área perifocal).
A gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, explica que essa medida não interfere na campanha de vacinação contra a raiva em herbívoros prevista para o mês de maio, já que entra em vigor apenas em julho.
“É muito importante que os nossos produtores ainda realizem a vacinação prevista para maio, nos 119 municípios considerados de alto risco para a raiva. Somente no mês de julho é que as novas determinações entram em vigor, como forma de dar respostas mais precisas aos focos da doença”, esclarece.
Ela reforça ainda que a vacinação contra a raiva poderá ser feita em todos os municípios durante o ano todo e que a doença continua sendo de notificação obrigatória à Agrodefesa.
“O que vai mudar é a forma de agir em relação aos focos identificados. Vamos continuar atuando na vigilância epidemiológica, monitorando rebanhos e abrigos de morcegos hematófagos”, enfatiza.
“E precisamos contar com a colaboração dos produtores para que este trabalho continue obtendo sucesso. A raiva é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem, além de causar grandes impactos econômicos e sociais, por isso a notificação de sintomas suspeitos é fundamental para identificarmos e eliminarmos possíveis focos”, finaliza.
Agência Cora de Notícias
Expedição Regenera: Agrex do Brasil e Gênica realizam ação para capacitar produtores rurais
Iniciativa terá como principal atividade a Clínica de Nematoides, que será conduzida pelo professor Alessandro Fortunato. Objetivo é orientar clientes sobre o manejo biológico destes e de outras pragas do cerrado brasileiro
A Agrex do Brasil, empresa da Mitsubishi Corporation, inicia 2025 com ações voltadas ao fortalecimento da agricultura sustentável no cerrado brasileiro.
Após liderar, em junho de 2024, uma captação de R$ 68 milhões para a Gênica – empresa 100% brasileira especializada em bioinsumos com sede em Piracicaba (SP) e que integra o grupo Agrex do Brasil – a companhia apresenta a Expedição Regenera.
Durante os meses de janeiro e fevereiro, por meio da iniciativa, será levada a Clínica de Nematoides a todas as filiais da Agrex no cerrado brasileiro, abrangendo estados como Goiás, Mato Grosso, Piauí, Pará, Maranhão e Tocantins.
O executivo de conta da Gênica, Felipe Pereira, conta que a atividade será conduzida pelo professor de Agronomia da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Alessandro Antônio Fortunato, que é uma referência nos estudos sobre vermes e outras ameaças que causam prejuízo aos agricultores.
“O objetivo da clínica será capacitar produtores rurais e consultores na identificação e manejo de nematoides (parasitas que integram uma classificação de animais cilíndricos e alongados, que se desenvolvem em determinadas regiões) e outras pragas que impactam diretamente a produtividade agrícola”, explica.
Mariane Pertile, especialista em desenvolvimento técnico de mercado da Gênica, revela ainda que, durante as atividades, serão observados os danos causados por nematoides e fungos de solo, além de discutidas soluções práticas e sustentáveis por meio das estratégias de manejo biológico desenvolvidas pela Gênica.
“Nosso objetivo é fornecer aos produtores as ferramentas necessárias para enfrentar desafios recorrentes no campo, adotando práticas que unam produtividade e sustentabilidade,” destaca.
Para ela, com a Clínica de Nematoides, a Agrex do Brasil e a Gênica fortalecem a missão de entregar soluções inovadoras e integradas para o agronegócio brasileiro, contribuindo para a eficiência e sustentabilidade das produções no cerrado.
Conforme o cronograma estabelecido pelas organizações, a primeira clínica foi ministrada na primeira semana de janeiro, na cidade de Redenção (PA). Na sequência, percorreu a região de Palmas, no Tocantins, e na segunda semana esteve no estado de Goiás, finalizando na sexta-feira, 17, na cidade de Catalão (GO).
Desde o dia 20 de janeiro, as clínicas têm sido realizadas em diversas cidades do Mato Grosso e seguem neste Estado até 1º de fevereiro. De 17 a 22 de fevereiro, percorrerão municípios do Pará, Maranhão e Piauí.
Rio Verde Rural
Clima ajuda e Goiás pode registrar safra de soja com produtividade histórica
Estimativa pré-Rally da Safra aponta para 65,5 sacas por hectare, 5 sacas a mais que a média projetada para o Brasil
Com bom volume e distribuição de chuvas, a safra de soja em Goiás deve produzir 1,3 milhão de toneladas a mais nesta safra, alcançando uma produtividade estimada em 65,5 sacas por hectare (62 em 2023/24), avalia a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra. O estado recebe, a partir desta terça-feira, uma equipe da expedição técnica que percorrerá a região Sudoeste, avaliando lavouras de soja em cidades como Mineiros, Jataí, Rio Verde, entre outras.
O retorno das chuvas a partir de outubro acelerou o ritmo de plantio em Goiás, concluído com avanço acima da média. “A safra vem se desenvolvendo bem e há um controle eficaz de pragas até o momento, apesar da preocupação com lagartas em algumas áreas no Sudoeste”, aponta André Debastiani, coordenador do Rally da Safra.
Juntamente com os estados do Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Tocantins – destaques nesta safra – Goiás deve apresentar bons resultados, acima da produtividade média nacional – projetada pela Agroconsult em 60,5 sacas por hectare, contra 55,4 na safra anterior.
Apesar das margens ainda apertadas, com queda de preços e alto custo de capital, se mantido o panorama atual desenhado pelo aumento de área, clima favorável no início do ciclo e boas condições de plantio nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, a perspectiva é de uma safra brasileira histórica. A Agroconsult estima uma produção de 172,4 milhões de toneladas em 47,5 milhões de hectares. O volume é 10,9% maior que a 2023/24 e 6,2% superior ao recorde de 2022/23.
As equipes do Rally estão avaliando as lavouras desde o dia 12 de janeiro. Os técnicos já estiveram no Oeste do Paraná, na região da BR 163 (Médio Norte do MT), no Oeste e Sudeste do Mato Grosso. A 22ª edição do Rally da Safra é patrocinada pelo Banco Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz® e SoyTech™ (marcas de sementes da BASF), xarvio® (plataforma digital oficial do Rally), BIOTROP, JDT Seguros e TIM Brasil.
“O trabalho de campo do Rally, visitando cada uma das regiões de produção de soja do Brasil, é fundamental para produzir informações mais precisas diante das condições climáticas. Isso só é possível por meio da coleta de amostras e medição de população de plantas, número de grãos por planta, peso dos grãos e condições fitossanitárias das lavouras”, explica Debastiani.
Migração do milho verão para soja
A área plantada de soja no país deve crescer cerca de 700 mil hectares ou 1,5% em relação à safra passada. A maior parte desse crescimento deve ocorrer em função da migração de área de milho verão para a soja, que possui custos de produção mais baixos. “A expansão está abaixo da média dos últimos 10 anos e reflete o momento de dificuldade do setor. Ainda assim contribui para aumentar a oferta dessa safra de soja”, diz André Debastiani, coordenador do Rally da Safra.
A previsão de chuvas para os próximos meses deve garantir um bom potencial produtivo para as lavouras de ciclo médio e tardio e, também, às culturas de 2ª safra. No entanto, há preocupações a serem consideradas. A baixa precipitação no Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul pode afetar, de forma negativa, a projeção da safra brasileira, porém a expectativa é que os números sejam compensados pelo bom potencial do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e a região do MAPITO-BA.
“Estamos diante de uma safra grande na maioria dos estados a ser colhida com bastante umidade – principalmente no Mato Grosso e Goiás – o que irá pressionar a infraestrutura de armazenagem e secagem, podendo gerar descontos na entrega do produto. A alta umidade traz também preocupação em relação à podridão de vagens, maior pressão de doenças e alongamento do ciclo da soja – o que já está acontecendo e deve empurrar o plantio do milho para mais tarde”, esclarece Debastiani.
Os técnicos irão percorrer mais de 80 mil km por 12 estados (MT, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, MA, PI, TO e BA), que respondem por 95% da área de produção de soja e 72% da área de milho, para avaliar as condições das áreas de soja durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita até 22 de março. Outras seis equipes avaliarão as lavouras de milho segunda safra em maio e junho.
Técnicos da Agroconsult e das empresas patrocinadoras visitarão produtores rurais nas regiões Sudeste do MT, Sudoeste de GO, Planalto do RS e Oeste do PR, entre abril e maio. No mesmo período serão realizados eventos técnicos em Luís Eduardo Magalhães (BA), Não-Me-Toque (RS), Rio Verde (GO), e Maringá (PR).
Nesta edição, o Rally estará presente ainda nos principais eventos do agronegócio: Show Rural, em Cascavel (PR); ExpoDireto, em Não-Me-Toque (RS); Show Safra, em Lucas do Rio Verde (MT), e Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO).
O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo Rally da Safra
Brasil no comando do agro: PL 4357/2023 fortalece o setor e alimenta o mundo
O Projeto de Lei 4357/2023, que exclui o conceito de “função social da terra” como critério para desapropriação de propriedades produtivas, representa um divisor de águas para o agronegócio nacional.
Com a recente aprovação do regime de urgência para a tramitação do PL na Câmara dos Deputados, o Brasil dá um passo decisivo rumo à garantia de estabilidade jurídica no campo, um fator essencial para o desenvolvimento sustentável de um setor que sustenta milhões de famílias e posiciona o país como líder global na produção de alimentos.
Este projeto não apenas resguarda as terras produtivas essenciais para a segurança alimentar do Brasil e do mundo, como também protege os investimentos no setor agropecuário. Ao eliminar a subjetividade da interpretação sobre “função social da terra”, o PL assegura que propriedades em plena produção não sejam vulneráveis a desapropriações, trazendo maior previsibilidade para os produtores e investidores.
Vale lembrar que o agronegócio é o motor da economia brasileira, representando cerca de 25% do PIB nacional e respondendo por 40% das exportações. Qualquer insegurança jurídica nesse setor afeta diretamente a geração de emprego, renda e o fornecimento de alimentos para o País e o mundo.
Como ressaltou Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), “proteger a terra produtiva é garantir que o Brasil continue alimentando o mundo, enquanto sustenta milhões de famílias que dependem direta ou indiretamente do agronegócio”.
A aprovação deste PL trará impactos positivos na cadeia. Com mais segurança jurídica, produtores poderão investir com confiança em tecnologias, ampliar a produtividade e contribuir ainda mais para o crescimento econômico e ambiental do Brasil. Além disso, evita-se um cenário em que interpretações subjetivas possam ameaçar a estabilidade no campo, afastando investimentos estrangeiros e comprometendo a competitividade brasileira no mercado global.
O deputado Rodolfo Nogueira, autor do projeto, sintetizou bem sua relevância: “Este projeto é uma resposta ao anseio de estabilidade no campo”. É exatamente essa estabilidade que permitirá que o agro continue cumprindo seu papel estratégico no combate à fome e na preservação ambiental, promovendo um uso mais eficiente e sustentável das terras produtivas.
Agora, cabe ao Congresso Nacional aprovar esse marco histórico que fortalecerá a confiança dos produtores rurais e investidores no Brasil. Com o PL 4357/2023, caminhamos para um ambiente mais justo, onde o esforço e a produtividade dos agricultores são valorizados e protegidos.
A exclusão do conceito de “função social da terra” como critério para desapropriação não é uma afronta aos princípios constitucionais, mas sim uma adequação que reconhece a importância das propriedades produtivas no contexto econômico, social e ambiental. Proteger essas terras é proteger o futuro do Brasil.
O momento exige maturidade e compromisso do parlamento brasileiro. A aprovação desse projeto é uma oportunidade para reafirmarmos nosso protagonismo no agro mundial, fortalecendo as bases para que o campo continue sendo sinônimo de desenvolvimento, emprego e esperança.
O PL 4357/2023 não é apenas uma medida legislativa. É um sinal de que o Brasil valoriza quem trabalha, investe e produz. É a certeza de que o campo, mais uma vez, será o alicerce do crescimento nacional.
Rio Verde Rural
Produtores de Goiás lideram novos eventos do agro
Dia de campo de produtor para produtor ganha força no Sudoeste
Nos últimos anos, o agronegócio tem passado por uma revolução no formato de troca de conhecimento entre os produtores rurais. Se antes a prática comum eram os eventos organizados por empresas de insumos e grandes marcas do setor, agora o protagonismo está nas mãos dos próprios produtores.
Essa nova tendência vem ganhando força, especialmente na região sudoeste de Goiás, onde uma série de eventos tem sido promovido por aqueles que estão na linha de frente do campo.
Carlos Renato, produtor rural e um dos organizadores da 1ª Conexão Soja, a ser realizada em Santa Helena de Goiás no dia 15 de janeiro, explica como essa mudança de abordagem tem ganhado adesão.
“Eu reuni mais o Daniel, e também com o Ivan Brucceli. Sempre assim, a gente testando materiais, eu já tenho mais ou menos 15 a 20 anos que eu gosto de fazer o lado a lado, para a gente ver o material na nossa área, na nossa região, na nossa altitude, que dá diferença de altitude dependendo o material”, relata.
O “lado a lado”, expressão comum entre os produtores, significa testar novos materiais e tecnologias diretamente nas propriedades, com a observação dos resultados na prática, considerando as particularidades locais. Para Carlos Renato, essa experiência prática tem mostrado resultados muito mais consistentes do que os eventos tradicionais.
“Resolvemos que assim, não é normal o produtor fazer um evento desses, né. Evento de produtor para produtor, na verdade é isso, é diferente. É legal assim a troca de informação. Teremos muitos produtores no evento, teremos o melhor em genética hoje, nós estamos testando.”
A ênfase nos eventos de “produtor para produtor” é uma característica marcante dessa nova tendência, onde a troca de conhecimentos e práticas se dá de forma mais genuína e voltada para as necessidades reais de cada região.
O evento que ocorrerá em Santa Helena de Goiás, com entrada gratuita, trará um conteúdo focado em novas variedades de soja para 2025, além de demonstrar técnicas de manejo, como o uso de biológicos no cultivo.
“Lá no evento teremos vários materiais de soja, materiais próprios, genéticas diferentes. Será interessante o pessoal participar, teremos de ciclo precoce, médio, tardio e materiais resistentes a ferrugem e o manejo que fizemos, começamos as primeiras aplicações com biológicos no vegetativo junto com pós-emergente”, destaca Carlos Renato.
Daniel Vitor, também produtor rural e um dos organizadores do evento, reforça a importância da inscrição antecipada para um melhor planejamento da estrutura.
“Aconselho fazer a inscrição porque fica mais fácil planejar a capacidade de todos no evento. A gente consegue colocar mais mesas, cadeiras, alimentação e definir toda a programação. Dividir os grupos, aconselho que todos façam a inscrição. Pode acessar o link sympla”, orienta Daniel, lembrando que o evento é gratuito, mas a inscrição ajuda na organização e no conforto dos participantes.
Convite para a 1ª Conexão Soja
A 1ª Conexão Soja será realizada no dia 15 de janeiro, a partir das 07h30, na Fazenda Bela Vista, localizada próximo à GO-164 e BR-452, em Santa Helena de Goiás. O evento, que promete ser um marco para os produtores da região, será uma excelente oportunidade para quem deseja aprender mais sobre as novas tecnologias de cultivo de soja e trocar experiências diretamente com quem está no campo, dia após dia.
O evento conta com a participação de grandes nomes da produção rural, como Ivan Brucceli, produtor rural e idealizador de eventos, que também tem sido um defensor dessa troca direta de informações entre produtores.
“Com certeza os produtores vão começar a mudar a mentalidade, que é mais certo hoje, produtor fazer o evento para produtor”, afirma Carlos Renato.
Rio Verde Rural
Prazo final se aproxima para o cadastro da lavoura de soja
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) alerta os produtores de soja para o prazo final do cadastramento obrigatório de lavouras em Goiás, que se encerra na próxima sexta-feira, 17 de janeiro.
De acordo com a Instrução Normativa nº 06/2024, publicada pela Agência, os agricultores goianos devem registrar informações no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago) até 15 dias após o encerramento do calendário de semeadura, finalizado em 2 de janeiro deste ano.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, explica que o cadastramento é essencial para o planejamento de ações de monitoramento e controle fitossanitário no Estado. “O cadastro obrigatório das lavouras permite à Agência mapear as áreas produtoras de soja, subsidiando estratégias de prevenção e combate às pragas, como a ferrugem asiática que pode causar a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos e comprometendo a produção da cultura”, informa.
Faz parte do cadastro informações da área plantada, o sistema de plantio se irrigado ou sequeiro, o tipo de cultivar utilizada, a data do plantio e previsão da colheita, bem como a identificação do Responsável Técnico da lavoura.
Também é solicitado o CNPJ de onde foi adquirida a semente, ou se a semente foi produzida pelo próprio produtor, visto que a Agrodefesa é responsável por fiscalizar a sanidade e qualidade da semente de modo a assegurar o sucesso da germinação e produção agrícola.
Após a realização do cadastro eletrônico, o produtor deve efetuar o pagamento do boleto gerado pelo sistema, com a taxa correspondente. O cadastro só será validado após a confirmação do pagamento, assegurando que todas as etapas foram devidamente cumpridas, caso contrário a taxa fica em aberto e o produtor estará sujeito às sanções administrativas.
Expectativa
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê aumento de 11,8% na produção de soja em Goiás na safra 2024/2025. A estimativa é de mais de 18,8 milhões de toneladas do grão. Já a área destinada à cultura deverá ser de 4,95 milhões de hectares (aumento de 2,5% em relação ao ciclo anterior) e a produtividade média de 3.797 quilos por hectare (9,1% maior que o período 2023/2024).
“Goiás têm se destacado nacionalmente na produção agrícola graças ao comprometimento dos agricultores e ao trabalho contínuo da Agrodefesa. Reiteramos a importância de que os produtores cumpram com o cadastro de lavouras. Essas ações são fundamentais para garantir a sanidade vegetal, prevenir pragas e evitar perdas econômicas, assegurando a sustentabilidade e o crescimento da agricultura no estado”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
Fonte: Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás
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