A religiosa Católica e ativista brasileira Rosita Milesi, de 79 anos, foi reconhecida nesta quarta-feira (9) pela Organização das Nações Unidas (ONU) por seu trabalho de amparo a refugiados, migrantes, apátridas, e outras pessoas que necessitam de proteção internacional.
Irmã Rosita é a segunda brasileira a receber o prêmio Nansen, do Alto Comissariado da Onu para Refugiados (Acnur). Em 1995, o ex-arcebispo de São Paulo Dom, cardeal Paulo Evaristo Arns ganhou o prêmio.
Há 36 anos, ela defendeos direitos e a dignidade das pessoas que deixaram os países de origem, ajudando-as com abrigo, comida, assistência médica, treinamento em idiomas, empregos e documentação legal no Brasil.
Nascida no Rio Grande do Sul, ela fundou o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), com sede em Brasília e Roraima, que oferece assistência para refugiados e migrantes.
Rosita é uma das cinco mulheres do mundo homenageadas com o Prêmio Nansen neste ano. Ela ganhou a premiação global por seus esforços humanitários, enquanto as demais foram premiadas regionalmente
Formação e atuação
Membro das Congregação das Irmãs Scalabrinianas, Rosita Milesi cursou direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Tornou-se advogada e concluiu o mestrado em migração e refúgio na Universidade Pontifícia Comillas, na Espanha.
Além de seu trabalho como ativista, ela também publica artigos acadêmicos sobre deslocamento e migração.
Ela se dedica à causa das migrações e do refúgio desde 1989, com atenção especial a refugiados na década de 1990. Em 1999, fundou o IMDH, do qual é diretora. Ela também é membro do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).
Além disso, Rosita Milesi coordena uma rede nacional, a RedeMir, formada por cerca de 70 organizações que atuam para fortalecer a solidariedade entre as pessoas em deslocamento internacional e as comunidades que as acolhem.
De acordo com a Acnur, as percepções políticas e a habilidade de persuasão de Irmã Rosita foram fundamentais na formulação da Lei Brasileira de Refugiados de 1997, "garantindo que ela proteja, inclua e empodere mais as pessoas forçadas a se deslocar, alinhando-se a padrões internacionais".