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Censo do IBGE mostra um Brasil mais envelhecido e feminino; população com 65 anos ou mais cresceu 57,4%

Por Lucas Silva 30 Outubro 2023 Publicado em Brasil
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Número de crianças até 14 anos diminui em 5,8 milhões desde o último censo.
 
Um Brasil mais envelhecido e feminino foi o retrato que o Censo 2022 mostrou, conforme divulgou o IBGE nesta sexta-feira. Nos últimos 12 anos, a população brasileira envelheceu mais rapidamente que nas décadas passadas.
 
Censo do IBGE mostra população mais envelhecida
 
Metade da população brasileira tem 35 anos ou mais. Esta é a idade mediana do brasileiro. Em 2010, era 29 anos.
 
É um processo que já vinha em curso nas últimas décadas, mas que se acelerou agora. O número de brasileiros com mais de 65 anos cresceu 57,4% E já são 4,6 milhões com mais de 80 anos.
 
Segundo Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país está caminhando para o superenvelhecimento, o que as tendências demográficas já mostravam, mas com a redução não projetada da natalidade com a pandemia houve um reforço dessa tendência:
 
_ Na pandemia com a mortalidade materna acentuada, as famílias postergaram a decisão de ter filhos.
 
A especialista diz que, diante desse perfil populacional, fica cada vez mais necessário ter uma política de cuidados e saber como vai se financiar a Previdência Social, com cada vez menos jovens contribuindo para o sistema.
 
_ É uma população (de 80 anos ou mais) que vai demandar cuidados. É necessária uma política de cuidados, principalmente por haver menos membros na família para cuidar dos mais velhos, o que aumenta a demanda por cuidados
 
Gastos com saúde e prevenção e também com a requalificação dos idosos de 60 a 79 anos que estão com relativamente boas condições de saúde precisam aumentar, na opinião da economista para dar conta do novo perfil populacional:
 
_ É uma população que pode trabalhar e precisa de qualificação. O Japão está fazendo isso.
 
De acordo com a vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Marília Louvison, apesar de ser um triunfo conseguir envelhecer, hoje o Brasil enfrenta um subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que barra o acesso a uma velhice funcional, especialmente entre mulheres, pessoas negras e pobres.
 
— As políticas e gastos públicos precisam atuar de forma preventiva na saúde primária, que envolve promover uma infância saudável para gerar idosos menos dependentes. Isso reduz gastos e aumenta a qualidade de vida — explica a especialista. — Outro ponto determinante é combater o etarismo (preconceito contra idosos), pois uma saúde acessível aliada à inclusão dessas pessoas em sociedade, incluindo o mercado de trabalho e lazer, também reverberam no bom desenvolvimento social do país.
 
O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Marco Tulio Cintra, também alerta que o investimento na educação está diretamente atrelado ao envelhecimento populacional. Segundo ele, nos próximos anos haverá uma demanda ainda maior por médicos geriatras, neurologistas, oncologistas e cardiologistas, especialistas em doenças crônicas comuns entre os idosos.
 
— No país ainda não há uma preocupação sobre como lidar com o idoso. Investir em profissionais capacitados é fundamental para atender a essa nova demanda — afirma Cintra.
 
Expectativa de vida e pandemia
 
Com o aumento da expectativa de vida e com as mulheres tendo menos filhos – o que se acentuou com as epidemias de zika e chikungunya e a pandemia da Covid-19 – subiu a parcela dos mais velhos no país.
 
A parcela da população de 65 anos ou mais subiu de 7,4% de 2010 para 10,9%. Em 1980, era de apenas 4%.
  • A fecundidade vem caindo. Em 2010, estava em 1,9 filho por mulher. E há poucas políticas que conseguem reverter essa taxa. Nesse período (entre os censos), ainda teve zika que diminuiu em 5% os nascimentos no país e veio a pandemia (de Covid) que reduziu ainda mais – explica Izabel Guimarães, técnica do IBGE.

 

Menos crianças

 

Um outro indicador que mostra essa acelerada mudança no padrão demográfico do país é o índice de envelhecimento, ou seja, parcela da população com 65 anos ou mais em relação aos que têm entre 0 e 14 anos.

 

Este índice deu um salto, de 30,7 em 2010 para 55,2 agora. Em 1940, era de apenas 5,6.

 

E a base da pirâmide etária brasileira vem encolhendo. A parcela de crianças e adolescentes, que já foi de quase 40% da população em 1980, caiu praticamente à metade, para 19,8%. Há menos 5,8 milhões crianças de 0 a 14 anos no país em comparação com 2010.

 

Mulheres vivem 7 anos a mais do que os homens

Com o envelhecimento, a presença feminina cresceu na população. Como as mulheres vivem em torno de sete anos a mais que os homens, elas ganharam participação. Há 94,2 homens para cada cem mulheres. Essa relação era de 98,7 em 1980.

 

A expectativa de vida maior das mulheres é comum no mundo todo, mas no Brasil a violência urbana, que mata mais os homens, aumenta essa diferença em torno de três anos.

 

A população de 80 anos e mais deu um salto. Enquanto no geral cresceu 6,5%, nessa faixa etária aumentou 56,3%. São 4,6 milhões atualmente no país. Em 2010 eram 2,9 milhões.

 

Segundo a publicação do IBGE, o envelhecimento da população “tem como principal indutor a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo os idosos.”

 

O comportamento etário da população foi diferente entre as regiões, com a queda da fecundidade começando em momentos distintos.

 

“Em 1980, a taxa de fecundidade total da Região Norte ainda se encontrava em patamares elevados, acima de seis filhos por mulher (enquanto a média do Brasil se mostrava em torno de quatro filhos por mulher)”. Por isso, somente em 1991, a parcela de crianças e adolescentes na população no Norte começou a cair.

 

Quais são as regiões mais envelhecidas, segundo o Censo do IBGE?

 

As Regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidas e já começaram a partir da década de 1980 a ver sua pirâmide etária mais fina na base e mais gorda no meio.

 

Fonte: Mais Goiás

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