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Câncer ósseo: Demora na busca por atendimento e encaminhamento adequado são desafios

Por Lucas Silva 25 Outubro 2022 Publicado em Saúde
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Especialista da ABOO fala sobre cenário e atuação da Associação para disseminar informações

 

O câncer ósseo é bastante raro - representa apenas 1% dos cânceres em geral. Por isso, os sintomas podem ser confundidos com outras afecções mais comuns, explica o presidente da ABOO (Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica), Edgard Engel. “O recomendado é que os pacientes que tenham dor óssea por tempo prolongado, acima de duas semanas, não relacionadas a traumatismos recentes na mesma região e que, eventualmente, esteja acompanhada de aumento de volume, procurem assistência médica”, fala.

 

“O médico, por sua vez, frente a um quadro de dor óssea atípica e persistente, acompanhada de aumento de volume ou não, deve solicitar uma radiografia. A identificação precoce de uma lesão óssea terá enorme impacto na evolução deste paciente”, acrescenta.

 

A questão, no entanto, é um desafio. Apesar dos sistemas estaduais de regulação, responsáveis pelo encaminhamento dos pacientes para os centros de referência, o presidente da ABOO ressalta que muitos pacientes chegam tardiamente com tumores de grandes dimensões e, eventualmente, com doença disseminada para outros órgãos. “Este atraso não se deve à oferta de vagas para atendimento, pois todos os centros têm capacidade ociosa e poderiam atender um volume maior de pacientes. O problema, na verdade, está na demora do paciente em procurar o sistema de saúde ou do médico da rede básica em identificar o problema e encaminhar o caso de forma correta”, salienta”.

 

Diante disso, o presidente iniciou o projeto ABOO Visita, em maio de 2022 e que consiste na visitação de centros de referência em Oncologia Ortopédica, para verificar a estrutura e como o atendimento tem se desenvolvido. Um levantamento feito entre 2008 e 2019, com base em dados do DataSUS, identificou 59 centros com maior volume cirúrgico de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), nos diversos estados brasileiros. O levantamento considerou os códigos relativos a hemipelvectomias (ressecções parciais do osso da bacia) e ressecções de tumores ósseos, por se tratarem de cirurgias tipicamente desta especialidade. Estes centros dispõem de todos os recursos necessários para o diagnóstico e tratamento.

 

“Já visitamos 41 centros em 23 cidades nos estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí. Esperamos que até março de 2023 possamos visitar os que ainda faltam no estado de São Paulo e nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Os desafios que pontuamos nos estimulam ainda mais em transformar o projeto ABOO Visita em uma grande campanha de conscientização sobre o câncer ósseo e informar a forma mais eficaz de conduzir esses casos”, salienta Dr. Edgard.

 

O especialista lembra que, apesar das enormes dificuldades de financiamento devido à defasagem do repasse de verbas do Ministério da Saúde, a grande maioria desses centros encontrou alternativas que permitiram a ampliação das instalações e a aquisição de equipamentos. “Na esmagadora maioria dos casos, encontramos hospitais com instalações aconchegantes e bem equipados, muito diferente daquele estereótipo de hospitais públicos sucateados que frequentemente vemos na mídia. Além disso, tivemos a grata oportunidade de conversar com vários gestores, tão entusiasmados com o sistema público de saúde quanto eu”, declara.

 

O médico frisa que o câncer ósseo é raro, mas existe e para reduzir o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico é imprescindível que, tanto o paciente quanto o médico do sistema básico de saúde, tenham alto grau de suspeição. “Mas só é possível suspeitar de câncer ósseo quando se conhece os sintomas”, pontua. “Ao contrário de outros cânceres, uma suspeita consistente de tumor ósseo pode e deve ser encaminhada a um centro de referência em Oncologia Ortopédica, antes mesmo de solicitar um exame mais específico, como uma ressonância magnética ou uma biópsia. Isto porque o mal posicionamento da biópsia pode comprometer uma eventual cirurgia e a ressonância deve sempre ser feita antes da biópsia. Nos centros de referência, a realização destes exames é muito mais rápida e precisa, encurtando o tempo para o início do tratamento e aumentando a precisão do diagnóstico”, conclui.

 

Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO)

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