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Cerrado concentra metade das queimadas no Brasil e números aumentam a cada ano, alerta professor da UFG

Por Lucas Silva 14 Setembro 2022 Publicado em Curiosidades
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou que os incêndios no Cerrado aumentaram e agora concentram mais de 50% das queimadas no Brasil. Com mais de 70% do território com a presença do bioma, consequentemente, Goiás também é um dos estados que mais sofrem com esse problema. Para ilustrar o problema, durante setembro (até o dia 12), o INPE registrou 618 focos de incêndio nas vegetações goianas. Apenas para efeito de comparação, em todo o mês de agosto, o número foi 975 registros.

 

De acordo com o professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA-UFG), Nilson Clementino Ferreira, nos últimos cinco anos, existe um aumento crescente na ocorrência de incêndios no Estado. “A ocorrência de fogo sempre está aumentando um pouco mais a cada ano em todas as unidades de paisagem. Ou seja, as unidades de conservação estão sofrendo mais com esse problema ultimamente”, alertou o docente.

 

O vice-coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ciência do Fogo (NEPEF) também destacou que existem alguns fatores que contribuem para o aumento. Estão entre as razões, “os períodos de seca mais prolongados e a diminuição da atuação dos órgãos ambientais, principalmente os de fiscalização”. Ao mesmo tempo, o professor também destacou que os seres humanos causam a maior parte das queimadas.

 

“A maioria dos incêndios, infelizmente, é causada pelas pessoas, seja por descuido, por exemplo, quando vão para a beira de rio para pescar acende uma fogueira. Depois, não consegue apagar direito ou perde o controle e vira um incêndio. Ou, um deslize com um cigarro e com queima de lixo. Outro exemplo, quando resolve queimar o lixo no horário impróprio, entre o final da manhã e o início da tarde, com o calor muito forte e a pressão atmosférica muito baixa, isso aquece muito rápido ao redor do fogo e gera movimentação de ar. O que pode ficar muito forte e gerar redemoinhos, ou então, formar ventos que espalham fuligem e pequenos ciscos com fogo por áreas de vegetação seca”, explicou Nilson.

 

Por isso, Clementino pede que a população manuseie o fogo com bastante cuidado, seja em áreas urbanas ou rurais. Entretanto, ele ainda ressaltou que podem acontecer incêndios propositais, considerados criminosos. “Sabe-se lá por qual motivo, a pessoa vê uma vegetação seca e resolve colocar fogo naquela área, o que causa uma queimada de grandes proporções. Outro problema sério, só que menos presente na região Centro-Oeste, mas bem comum no Sudeste, é a soltura de balões. Sendo que a prática é crime e geralmente causam um incêndio quando caem, além de serem extremamente perigosos para o tráfego aéreo”, justificou o diretor da NEPEF.

 

Por outro lado, também não descartou a possibilidade de incêndios naturais, mas explicou que são eventos raros e que causam bem menos danos, caso ocorram. “Um raio pode cair e chuva acontecer em outro local, o que viraria um grande incêndio, mas isso é muito raro. Normalmente, o raio cai e depois começa a chover, assim o fogo não se alastra muito. Outra situação improvável pode ser uma queimada por conta do atrito entre galhos de árvores secos, pode até causar um problema, mas é bem raro”, contou o professor.

 

Nilson ainda apontou que o momento atual, no final da seca, com toda a vegetação muito seca e um cenário de baixa umidade do ar, é o momento em que o fogo se alastra com maior velocidade e intensidade. “É um incêndio de altíssima temperatura que agride muito a vegetação do Cerrado, que se adaptou durante milhões de anos para resistir com árvores retorcidas e de casca grossa, com toda uma estratégia de resistência. Mas, com o período muito seco, a intensidade do fogo vence a proteção natural”, disserta. Ele ainda conta que a vegetação que não morrer, ainda sofreria muito precisaria de bastante tempo para recuperar.

 

Além das vegetações, a saúde da população também pode ser afetada com as queimadas, principalmente entre as crianças e os idosos de saúde fragilizada. O material particulado, principalmente a fumaça, junto da poluição dos carros, cria uma névoa nas grandes cidades, inclusive está acontecendo em Goiânia, que deixa o ar muito poluído. Isso faz com que pessoas com comorbidades sofram e aumente a incidência de problemas de saúde, como os cardíacos e respiratórios.

 

Apesar do cenário negativo, o docente também contou que o governo estadual está prestando atenção para o combate ao fogo, por isso está investindo em equipamentos e contratação de pessoas para combater os incêndios. Fora que os meios de comunicação estão fazendo uma divulgação maior a respeito da situação.

 

Outro ponto destacado foi o monitoramento dos incêndios durante o ano, por conta da grande quantidade de satélites com sensores que estão disponíveis. Segundo Ferreira, o Brasil possui um dos melhores sistemas para realizar tal tarefa. “O INPE faz isso desde o final dos anos 70, existe uma ferramenta chamada BDQueimadas que monitora o fogo diariamente com o uso de dezenas de satélites. Então, graças a isso, a gente consegue saber os dados a respeito”, apontou o especialista.

 

Jornal Opção 

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