Fomento Das Múltiplas Formas De Sustentabilidade Está Entre As Prioridades Do GT Da Agricultura
Grupo debate caminhos para alcançar sistemas alimentares sustentáveis baseados nas realidades e características locais
Uma das pautas prioritárias do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, sob a presidência rotativa do Brasil, é a “Sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos”.
A proposta do GT visa debater com os países e as organizações integrantes as diferentes formas de exercer boas práticas na produção, levando em conta características próprias de cada país, como as condições de solo, de clima e de culturas locais.
A pauta é uma das metas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
O coordenador do GT da Agricultura e secretário de Comércio e Relações Internacional do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Roberto Perosa, explicou a importância do debate sobre as variadas formas de fomentar a agenda da sustentabilidade.
“A demonstração dos diferentes caminhos que a sustentabilidade da agricultura pode percorrer tem o objetivo de evitar a tomada de decisões unilaterais contra uma determinada forma de produzir em um determinado país.
Esta é uma demanda global dos países produtores e queremos mostrar que a sustentabilidade pode ser feita de várias formas, em diferentes contextos”, evidenciou.
Os debates sobre este eixo dentro do GT visam fortalecer o compromisso com a diversas formas de sustentabilidade dos sistemas agroalimentares, com foco na eficiência, inclusão e resiliência.
O Grupo trabalha na construção de um acordo internacional, para combinar medidas regulamentares. Desta forma, um dos objetivos do G20 é reforçar a cooperação técnica entre os países, por meio da troca de experiências de ações governamentais e da construção de políticas públicas.
Dentro do contexto de especificidades locais, o Governo Federal instituiu e vem trabalhando com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
A ideia é intensificar a produção de alimentos, sem avançar no desmatamento sobre as áreas já preservadas e com práticas que levem à não emissão de carbono.
A pretensão do governo é a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis em dez anos, podendo praticamente dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento, evitando assim a expansão sobre áreas de vegetação nativa.
“A integração do programa conversão de pastagens em áreas agricultáveis é a consolidação da proposta do GT da Agricultura. Uma característica do Brasil, um país de tamanho continental, que por meio de um estudo da Embrapa e do Banco do Brasil, conseguiram identificar áreas degradadas de pastagens já antropizadas e que a gente pode converter em área agricultável”, explicou o secretário Perosa.
“Essa iniciativa pode aumentar a produção de alimento e colaborar com a segurança alimentar mundial”, completou.
O Programa
O PNCPD foi instituído pelo Governo Federal em dezembro de 2023 pelo decreto nº 11.815/23 e apoiará exclusivamente empreendimentos que estejam inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Para a execução do programa, o Mapa, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deverá auxiliar na captação de recursos externos, sem a necessidade de subvenção do Governo Federal, para financiar as atividades desenvolvidas no âmbito do PNCPD.
“É um grande legado que vamos deixar, à frente do Ministério, para as boas práticas da agricultura. Com o trabalho de conversão de pastagens degradas conseguimos ter o componente social e ambiental, sendo atrativo para o mundo e para o investimento”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Também participam do Comitê Gestor os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); da Fazenda; e das Relações Exteriores (MRE).
Ainda, o grupo conta com representantes do Banco Central do Brasil; a Comissão de Valores Mobiliários; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; além do setor agropecuário, da agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais; e a sociedade civil.
G20
O Brasil assumiu no dia 1º de dezembro a Presidência temporária do G20. O grupo reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana.
O mandato tem duração de um ano e se encerrará em 30 de novembro de 2024. É a primeira vez que o país ocupa essa posição na história do grupo no formato atual.
Ao longo do mandato, o Brasil organizará mais de 100 reuniões de grupos de trabalho, que serão realizadas tanto virtual quanto presencialmente, e cerca de 20 reuniões ministeriais, culminando com a Cúpula de Chefes de Governo e Estado que será realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 19 de novembro de 2024.
Ministério Da Agricultura E Pecuária
Irrigação Por Gotejamento Na Cana-de-Açúcar: Em Média 50% De Aumento Na Produtividade E Mais Sustentabilidade
A aplicação da irrigação na cultura da cana-de-açúcar tem se destacado como uma estratégia crucial para a estabilização e o aumento da produtividade, bem como para promover a sustentabilidade no setor sucroalcooleiro.
Esse tema foi amplamente discutido nos quadros Momento Irrigação, exibidos no canal Tempo & Dinheiro, onde especialistas compartilharam conhecimentos e reflexões sobre o assunto.
Daniel Pedroso, especialista agronômico da Netafim, apontou que, dos 9 milhões de hectares plantados com cana-de-açúcar no Brasil, apenas 1 milhão é irrigado.
Ele enfatizou as flutuações na produtividade causadas pelas variações climáticas, destacando que a irrigação tem emergido como uma solução para estabilizar a produção, principalmente durante períodos de baixa precipitação, como observado em 2021 e 2022.
Além disso, salientou os benefícios da irrigação, incluindo aumento da longevidade dos canaviais, redução de custos de produção e impactos positivos na sustentabilidade ambiental.
Dávilla Alves, também especialista agronômica da Netafim, enfatizou a versatilidade do sistema de irrigação por gotejamento na cultura da cana-de-açúcar.
Ela explicou que, além da aplicação de água, o gotejamento pode ser utilizado como um sistema de entrega para fornecer fertilizantes, evitando superdosagens e picos de acidez ou salinidade no solo.
Isso contribui para o desenvolvimento de um ambiente favorável para os microrganismos benéficos, protegendo o solo e reduzindo a necessidade de maquinários pesados.
Segundo especialistas, o Brasil, maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com São Paulo responsável por 55% da área plantada, está projetando um aumento significativo na produção nesta safra.
Com o sistema de irrigação por gotejamento, espera-se um aumento de até 50% na produção em relação ao cultivo sem irrigação, mas há casos que registraram 100% de aumento.
Além disso, há aumento da longevidade do canavial para até 12 anos, em comparação com a renovação média a cada cinco ou seis anos.
Os dados apresentados reforçam a importância estratégica da irrigação para a produção de cana-de-açúcar no Brasil, não apenas para aumentar a produtividade, mas também para promover práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes.
Alfapress Comunicação
BRF Vincula Sustentabilidade A Empréstimo De US$ 150 Milhões Com O First Abu Dhabi Bank
A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, vinculou metas de sustentabilidade a empréstimo de US$ 150 milhões com o First Abu Dhabi Bank (FAB), o maior banco dos Emirados Árabes Unidos e uma das maiores e mais seguras instituições financeiras do mundo.
É a primeira vez que a BRF utiliza um empréstimo ligado à sustentabilidade no Oriente Médio e Norte da África (MENA). A linha de crédito permitirá à Companhia expandir seus negócios na região e garantir que esse crescimento atenda aos seus objetivos de sustentabilidade.
O empréstimo faz parte da proposta de financiamento sustentável da FAB, onde o banco é líder regional em empréstimos vinculados ao meio ambiente que criam impacto positivo nos Emirados Árabes Unidos, na região MENA (Oriente Médio e Norte da África) e globalmente.
"Na BRF, definimos os critérios de redução de emissões de escopo 1 e 2, e o aumento do consumo de energia limpa como indicadores de desempenho vinculados ao empréstimo. São metas relevantes para a BRF e estão alinhadas com o desafio de colocar em prática o combate às mudanças climáticas discutido durante a COP28", explica Bruno Massera, diretor financeiro de Mercados Internacionais da BRF.
Segundo a diretora de Reputação e Sustentabilidade da BRF, Raquel Ogando, "a parceria é uma oportunidade de reforçar os compromissos de sustentabilidade em uma região estratégica para a empresa", afirma.
Desde 2021, a BRF se comprometeu com a Science-Based Target Initiative (SBTI) e tem trabalhado para reduzir as emissões em toda a sua cadeia de valor. Em 2022, alcançou uma redução de 26% nas emissões absolutas de gases de efeito estufa nos escopos 1 e 2.
A Companhia promoveu iniciativas significativas na frente de energia limpa. Em 2021, a BRF firmou parcerias com a AES Brasil e a Power China para a construção de parques eólicos e solares, respetivamente. Com os dois projetos, a BRF viabilizará cerca de 90% de energia elétrica de fontes eólica e solar nas operações brasileiras até 2030.
Na COP28, a FAB anunciou que emprestará, investirá e facilitará mais de US$ 135 bilhões em financiamento sustentável e de transição até 2030 - o maior compromisso de financiamento sustentável feito por qualquer instituição financeira na região MENA até o momento.
Desde 2021, a FAB facilitou mais de US$ 27 bilhões em financiamento sustentável até o final de setembro de 2023.
Rádio Eldorado FM
Estudantes do IFG desenvolvem canecas térmicas e sustentáveis por meio de latinhas recicladas, em Goiânia
Um grupo de alunos do 2º e 3º ensino médio do Instituto Federal de Goiás (IFG) desenvolveram canecas térmicas sustentáveis por meio de latinhas recicladas, em Goiânia. Com o produto, eles participam de um programa que tem como objetivo colocar estudantes em contato com o mundo do empreendedorismo.
Os alunos do IFG participam do programa Miniempresa, criado pela Junior Achievement, e competem com outras cinco escolas públicas e particulares de Goiânia. Ao final, eles são avaliados por qual equipe teve um negócio considerado sustentável, o melhor faturamento, o produto destaque, o melhor relatório final e qual é considerada a equipe empreendedora.
No Instituto Federal, a miniempresa criada por 29 estudantes é chamada Ecdise. Samara Araújo é estudante, diretora de produto da miniempresa e conta que foi quem teve a ideia de desenvolver a caneca térmica sustentável como o produto a ser criado pelos estudantes.
“Eu queria transformar algo que nós jogamos no lixo diariamente em algo que usamos no dia a dia. Como vi que no Brasil somos um dos maiores produtores de alumínio do mundo, tive a ideia de usar latinhas”, conta Samara.
A estudante explica que a caneca é formada por três camadas, para garantir sua qualidade térmica:
Latinha reciclada;
Copo de plástico;
Gesso sustentável, entre o copo de plástico e a latinha reciclada, que impede a passagem de calor;
No entanto, Samara não esconde a dificuldade de colocar o projeto em prática, uma vez que os alunos possuíam um cronograma a ser seguido, com encontros semanais da miniempresa. Além disso, para ser sustentável, todos os produtos foram feitos por eles manualmente.
De acordo com a diretora de marketing da miniempresa, Marília Santana, o próprio nome da escolhido, Ecdise, faz referência a uma ideia de transformação que os estudantes desejaram trazer através da sustentabilidade.
Ao todo, Marília Santana explica que foram recicladas 240 latinhas, produzindo 120 canecas.
“Todos os produtos foram vendidos e todo esse dinheiro vai para uma instituição de caridade”, diz Marília.
Jovens empreendedores
De acordo com a professora e coordenadora de eventos do Campus Goiânia do IFG, Gleice Alves, que é responsável pelo projeto na escola, a instituição participa há dez anos do programa da Junior Achievement, que existe desde 2002 em Goiás.
“O projeto muda completamente a visão dos alunos sobre o mercado de trabalho. Muitos melhoram em sala de aula e o convívio social. Além disso, quase todos continuam com a empresa depois do projeto”, explicou Gleice.
Para a produção dos produtos a serem produzidos e vendidos pelos alunos, ela explica que os estudantes utilizam o espaço e ferramentas fornecidas pela instituição, a depender da necessidade de casa produto.
"Dessa vez a turma me pediu poucas coisas, somente uma lixadeira, uma mesa e o espaço para que eles produzissem", completou a professora.
Jaqueline Firmino, que coordena o programa pela Junior Achievement, conta que o programa acontece duas vezes ao ano, sendo uma vez por semestre. Nos últimos dois anos, a empresa acrescenta que o programa passou a atender a 179 municípios de Goiás.
"É uma experiência próxima que eles desenvolvem com o mercado de trabalho, que complementa de forma muito prática aquilo que eles já aprendem na escola", explica.
Ao todo, a empresa diz que mais de 180 mil jovens já passaram pelo programa desde 2022. Segundo Jaqueline, mesmo os alunos que não seguem com a mesma empresa quando o programa termina, muitos se tornam empreendedores em outros ramos.
"Isso acontece de forma frequente: jovens se inspirarem e continuarem empreendendo em outros negócios, não necessariamente do mesmo produto que eles desenvolveram na miniempresa", pontua.
G1 Goiás
PODCAST 91 | AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: ENTREVISTADOS FALAM DE SUAS EXPERIÊNCIAS COM TRIBOS INDÍGENAS
PODCAST 91 | AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: ENTREVISTADOS FALAM DE SUAS EXPERIÊNCIAS COM TRIBOS INDÍGENAS
No tradicional Programa Sala do Povo da última sexta-feira (18) com a presentação do Jornalista Sidney Pereira recebeu o Engenheiro Agrônomo Emerson Jeske, Produtor Rural e Engenheiro Agrônomo Rogério Vian,Luceli Moraes Liderança da comunidade quilombola cedro.
Os entrevistados falaram sobre agricultura sustentável e a experiência que tiveram com tribos indígenas do Mato Grosso.
O Evento de integração da agricultura sustentável. O evento durou três dias e esteve participando três diferentes etnias indígenas do estado do matogrosso.
Ouça o áudio na íntegra:
Goiás é o 1º Estado a integrar Programa Cidades Sustentáveis
A Secretaria das Cidades lançou na manhã de hoje, em solenidade realizada no Auditório Mauro Borges, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, o Programa Cidades Sustentáveis. Durante o evento, foi assinado o termo de adesão de Goiás como o primeiro Estado a se inserir no programa de cunho internacional. O objetivo do projeto é promover melhor qualidade de vida nos 246 municípios goianos por meio de um desenvolvimento sustentável, ambiental, social e econômico. Para isso, foram criados eixos que direcionam trabalhos de forma separada, mas com a mesma perspectiva sustentável.
Para o secretário de Cidades, Igor Montenegro, o programa vai integrar os municípios goianos e melhorar a qualidade de vida no Estado como um todo. “Haverá grandes mudanças em áreas como trânsito, saúde, educação. Goiás será, certamente, um modelo nacional a ser seguido, já que vai implantar o programa com pioneirismo”, destaca. Segundo ele, os recursos financeiros para as ações do programa serão gerados pelo Governo do Estado, prefeituras, além de ONGs e iniciativas privadas. “Hoje, grandes empresas do Brasil apoiam o programa, e queremos trazer esse apoio para nosso Estado”, diz.
Cidades Sustentáveis
Os eixos da Plataforma Cidades Sustentáveis são: governança; bens naturais comuns; equidade, justiça social e cultura de paz; gestão local para a sustentabilidade; planejamento e desenho urbano; cultura para a sustentabilidade; educação para a sustentabilidade e qualidade de vida. E ainda economia local dinâmica, criativa e sustentável; consumo responsável e opções de estilo de vida; melhor mobilidade, menos tráfego; ação local para a saúde, e do local para o global.
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