Reforma agrária: MST reivindica fazenda de Hidrolândia usada para exploração sexual de goianas
Mais de 600 famílias do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda São Lukas, em Hidrolândia, na madrugada deste sábado (25). A área, que integra o patrimônio da União desde 2016, já foi utilizada para manter mulheres e adolescentes vítimas de tráfico humano e de exploração sexual. O grupo responsável pelos mencionados crimes teve integranetes identificados e presos pela Polícia Federal, os quais acabaram condenados entre 2009 e 2010. Agora, o movimento reivindica que a propriedade seja destinada a projetos de reforma agrária.
A Polícia Militar (PM) foi acionada, mas a ocupação está mantida. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) afirma, por meio de nota, que “até o momento, nenhum movimento de luta pela terra apresentou pauta ao Incra Goiás solicitando área ou avaliação de área para reforma agrária”.
Como mediadores, o Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino e a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, informaram ter contatado a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que já havia sido informada da ocupação pela Controladoria- Geral da União (CGU). “O superintendente regional da SPU em Goiás irá fazer uma visita na área ainda hoje [sábado, 25], que deverá ser entregue ao Incra para fins de reforma agrária”, declaram as entidades em nota.
“Mulheres contra a violência”
De acordo com Patrícia Cristiane, da direção nacional do MST, a ocupação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que ocorre em todo o território nacional durante o mês de março.
“Com nossa Jornada, denunciamos o crescimento das violências contra as mulheres do campo e esta área representa o grau de violências que sofremos”, explica.
Outro objetivo da ocupação, segundo Patrícia, é dar destaque ao que chama de “pauta da terra”. “Exigimos que esta área, que antes era usada para violentar mulheres, seja destinada para o assentamento destas famílias, para que possamos produzir alimentos saudáveis e combater as violências”, destaca.
Irmãs lideravam exploração sexual em Hidrolândia
Proprietárias da Fazenda São Lukas, Angélica Fassini de Andrade e Adriana Fassini de Andrade foram condenadas por tráfico humano e exploração sexual, em 2010. Comparsas Ericson Fassini, Pietro Chielsa e Robert Alfred Suter também contraíram condenações pelos mesmos crimes. Todos foram presos na denominada Operação Fassini, desencadeada pela Polícia Federal (PF).
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