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K2_DISPLAYING_ITEMS_BY_TAG Intolerância religiosa

A Campanha da Fraternidade de 2024, que teve início na Quarta-feira de Cinzas (14), nos convida a olhar para o tema da amizade social - pauta levantada pelo Papa Francisco em sua encíclica Fratelli tutti. Diferente de outros anos, o assunto não é uma problemática social e sim, um horizonte de solução.

 

O tema não é de simples delimitação, contudo, busca dialogar sobre as emergentes pautas da intolerância, do ódio, das inimizades entre as pessoas, até a questão da violência e das guerras em âmbitos nacionais e internacionais.

 

A encíclica Fratelli tutti, publicada em 2021, traz, nas palavras de Francisco, um “convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si”. Eis pois, a noção da fraternidade universa: o respeito e a convivência harmoniosa entre os seres que coabitam nossa casa comum.

 

A Campanha da Fraternidade propõe a conversão à amizade social e ao reconhecimento da vontade de Deus de que todos sejam irmãos e irmãs. Encoraja o despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana. E se apresenta como uma eficaz ferramenta de evangelização e transformação de realidades.

 

A encíclica Fratelli tutti define amizade social como “uma fraternidade aberta que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas. [...] É comunicar com a vida o amor de Deus, recusando impor doutrinas por meio de uma guerra dialética.”

 

Já o texto-base da Campanha da Fraternidade ressalta que a “amizade não é um clube exclusivo, mas uma escola onde treinamos competências a serem universalmente aplicadas. [...] É viver livre de todo desejo de domínio sobre os outros. É o amor que se estende além fronteiras.”

 

Precisamos assumir que a Campanha é de nossa responsabilidade também. O texto-base inspira que precisamos superar a cultura dos muros, eliminando a alterofobia - rejeição a tudo que é do outro - e o hiperindividualismo - supervalorização da individualidade, quando somente o "eu” é a referência.

 

Do ponto de vista individual, é preciso identificar “nossas guerras” e cuidar para que o mal que nasce em nós não cresça e se espalhe pelo mundo. No âmbito comunitário-eclesial, a Campanha da Fraternidade convida a “desmascarar atitudes de ódio, exclusão e cancelamento, ajudando seus autores e toda a comunidade cristã em um processo de autêntica conversão, que passa pela reconciliação e pela acolhida do diferente”. 

 

E, por fim, ela propõe fortalecer o conhecimento sobre a pluralidade religiosa no Brasil nas escolas públicas e privadas, como experiência de respeito e de diálogo inter-religioso e intercultural. E nos chama a enfrentar, de forma corajosa, tudo que corrói a amizade social: os muros que nos separam.

 

Rádio Eldorado FM

K2_PUBLISHED_IN Mundo

AGÊNCIA BRASIL – O II Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe, publicação organizada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e pelo Observatório das Liberdades Religiosas, com apoio da Representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, aponta aumento dos casos de intolerância religiosa no país.

 

O levantamento foi divulgado no âmbito do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, lembrado ontem (21).

 

Segundo dados do portal Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa em 2019, 353 casos em 2020 e 966 casos em 2021.

 

Menos casos em 2020

 

“Observa-se que o ano de 2020 apresentou o menor número de casos de intolerância religiosa entre os anos analisados no relatório. Como hipótese para esta diminuição de casos, ressalta-se que o ano de 2020 foi marcado pela consolidação da pandemia da covid-19, fato que impôs uma série de medidas restritivas de circulação e sociabilidade que podem ter contribuído para um menor número de casos de intolerância religiosa neste período”, diz o relatório.

 

Os dados do estudo indicam que as religiões de matriz africana, mesmo sendo uma minoria religiosa, são as mais atingidas pela intolerância. Em 2020, foram notificados 86 casos de intolerância religiosa contra religiões de matriz africana e 244 casos em 2021.

 

De acordo com o relatório, os estados da Região Sudeste, mais populosos, despontam como os que apresentam o maior número de casos de intolerância religiosa, contrapondo-se aos estados das regiões Norte e Centro-Oeste, que apresentaram menor número de casos.

 

Denúncias não definidas

 

“Também cabe destacar o grande quantitativo de denúncias de intolerância religiosa classificadas como não definidas, sendo registrados 103 casos no ano de 2020 e 234 no ano de 2021. Essa categoria de dados não esclarece a qual crença religiosa pertence a vítima, limitando a interpretação dos dados e apontando para a necessidade de aperfeiçoamento do canal de denúncias Disque 100”, afirma o estudo.

 

Em artigo publicado no relatório, o babalawô (pai de santo) e professor doutor em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivanir dos Santos, e a professora de Direito na Universidade Cândido Mendes, no Rio, Mariana Gino, afirmam que no Brasil, na América Latina ou no Caribe, os casos dessas violações dos direitos humanos vêm crescendo “assustadoramente”.

 

“A intolerância religiosa e o racismo estão entranhados nas relações sociais cotidianas, culturais políticas e econômicas. E é ela, a intolerância, que vem se apresentando como um dos nossos maiores desafios contemporâneos diante das possibilidades para a promoção e o fortalecimento das tolerâncias e das equidades religiosas. Como bem podemos constatar, através das narrativas e dos fatos históricos, somos educados dentro das construções coloniais que impossibilita quaisquer construções voltadas para as diversidades e para as tolerâncias”, escrevem os pesquisadores.

 

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído no Brasil, pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, depois da morte da Iyalorixá baiana e fundadora do Ilê Asé Abassá, Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda. Ela teve a casa e o terreiro invadidos por um grupo de outra religião. Após perseguições e agressões verbais, Mãe Gilda morreu de infarto fulminante.

 

Sagres 

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