Cidade em Goiás registra 43,3°C, a maior temperatura do paÃs no dia
O município de Aragarças, no oeste de Goiás, registrou a temperatura de 43,3°C. O número representa o maior calor registrado no Brasil na quinta-feira (3), de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com o monitoramento das maiores temperaturas registradas pelo Inmet, Goiás teve outras quatro cidades entre as 20 mais quentes do Brasil na quinta-feira (lista completa abaixo). Catalão ficou na 10ª posição, com 40.4°C; Goiânia ficou na 13ª colocação, com 39,9°C; Pirenópolis ficou em 17º lugar com 39,3°C; e Jataí ficou na 20ª posição, com 39.1°C.
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), a sexta-feira (4) deve seguir quente no estado. A instituição emitiu alerta de onda de calor com temperaturas até 5°C acima da média em Goiás.
O Cimehgo também alertou para o baixo índice de umidade do ar e para qualidade do ar em nível “ruim”, impactada principalmente pelos incêndios.
- Aragarças (GO): 43.3°C
- Boa Vista (RR): 42.6°C
- Peixe (TO): 42.5°C
- Porto Nacional (TO): 41.6°C
- Unai (MG): 41.4°C
- Palmas (TO): 41.2°C
- Balsas(MA): 40.9°C
- Carolina (MA): 40.9°C
- Pedro Afonso (TO): 40.6°C
- Catalão (GO): 40.4°C
- São João do Piauí (PI): 40.4°C
- Arinos (MG): 40.1°C
- Goiânia (GO): 39.9°C
- Januaria (MG): 39.9°C
- Ze Doca (MA): 39.7°C
- Paranaíba (MS) 39.6°C
- Pirenópolis (GO): 39.3°C
- Diamantino (MT): 39.2°C
- Taguatinga (TO): 39.2°C
- Jataí (GO): 39.1°C
G1 Goiás
Estiagem no Brasil é consequência direta da devastação da Amazônia pelo fogo e pela exploração ilegal de madeira, dizem especialistas
Especialistas dizem que essa estiagem que o Brasil está enfrentando é consequência direta da devastação da Amazônia pelo fogo e pela exploração ilegal de madeira.
Entre o Pará e Mato Grosso, a hidrelétrica de Teles Pires aparece como um recorte da economia brasileira no estudo da Fundação Getúlio Vargas. A prova do que já estamos perdendo com o desmatamento da Amazônia é a conclusão do pesquisador Rafael Araújo.
"O desmatamento acumulado desde a década de 1980 na Amazônia diminui a capacidade de Teles Pires produzir energia em mais ou menos uns 10%. A gente está falando em mais ou menos uns R$ 100 milhões por ano por conta do desmatamento na Amazônia. Isso para uma hidrelétrica”, diz Rafael Araújo, professor de economia e meio ambiente da FGV.
O Brasil tem uma fonte de geração de riqueza na floresta. A Amazônia funciona como uma bomba d'água. A transpiração das árvores forma o que os meteorologistas chamam de "rios voadores", que carregam todos os dias toneladas de água pelas correntes de vento da atmosfera, levando chuva para o Centro-Oeste, Sudeste e até para o Sul do país. Só que, com o desmatamento dos últimos 40 anos, esses rios flutuantes estão secando. Assim como o clima e a capacidade da nossa economia de gerar energia e, então, produtividade, consequentemente, emprego.
"Mais desmatamento, menos chuva, menos energia em hidrelétricas, despacho termoelétricas, o preço da energia sobe, diminuo a produtividade da indústria, posso afetar o mercado de trabalho”, afirma Rafael Araújo.
Um prejuízo em cascata que para toda a economia é da ordem dos bilhões de reais.
"O Brasil realmente depende muito mais de chuvas do que o mundo para poder gerar a energia que movimenta a economia”, diz Bráulio Borges, pesquisador do FGV Ibre.
O que os economistas querem é dar valor para recursos que, apesar de naturais, têm um preço.
"A gente deveria tentar reverter o que está causando essa estiagem crônica no Brasil, que é a derrubada da Floresta Amazônica. Isso, obviamente, se a gente começar hoje, só vai surtir efeitos daqui 10, 15, 20 anos. Mas eu acho que é algo que a gente tem que fazer também. Não adianta só se adaptar a essa nova realidade. A gente deveria também tentar reverter isso na medida do possível”, afirma Bráulio Borges.
Na lógica econômica, toda crise guarda oportunidades. E quando a crise é climática, encontrar a saída é questão de sobrevivência.
"Toda ação, absolutamente toda ação a ser feita para conter o desmatamento na Amazônia é uma ultra urgência. O principal interessado em proteger a Amazônia somos nós, brasileiros, porque ela afeta diretamente a disponibilidade de água para nós, a saúde dos nossos ecossistemas, a disponibilidade de água para o consumo humano, para a geração de energia elétrica, para nossa produção agropecuária. Salvar a Amazônia é salvar a nós mesmos, brasileiros”, afirma Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.
G1
As preocupações para os produtores rurais da região de Rio Verde parecem estar bem longe do fim, isso porque além dos problemas enfrentados na última safra, a situação para a safra 2024/2025 já começa com um claro sinal de alerta.
De acordo com o meteorologista e professor na UniRV, Gilmar Oliveira Santos, em entrevista ao portal Rio Verde Rural, o período de estiagem comum para a região de Rio Verde costuma se iniciar entre os dias 15 e 20 de maio e se estender por aproximadamente 93 dias. Esse ano, porém, a falta de chuva se antecipou em um mês.
Para o produtor rural, porém, as notícias não são as melhores. “As condições meteorológicas são muito semelhantes às da semana passada. A temperatura mínima esperada é de 16ºC e a máxima é de 32ºC e a umidade relativa do ar deve ficar abaixo dos 40% no período da tarde e sem possibilidade de chuvas.” afirma o professor Gilmar.
O especialista ainda explica o porquê de acender o alerta para os produtores rurais, já que a última vez que não choveu no mês de maio, foi há 10 anos: “O último mês de maio que não choveu aqui no município de Rio Verde foi em 2014, visto que em 2022 o volume de chuva registrado durante o mês foi de 1,2mm. Historicamente, nesse período, é esperado 40mm na região.”
Essa estiagem precoce afeta tanto a safra, quanto a safrinha, pois já há produtores acumulando prejuízos devido à falta de chuva: “Outra grande dificuldade é o cultivo de hortaliças na nossa região, visto que em casa de vegetação ou estufa, os efeitos climáticos são amenizados, mas em condições de campo na produção de hortaliças, devido as temperaturas elevadas desde a segunda quinzena de abril, causa má formação e queda de produção.” finaliza o meteorologista.
Jornal Somos
Enquete Eldorado
Você já baixou o aplicativo da Rádio Eldorado?
Total de votos: 4