O cantor Gusttavo Lima palestrou para estudantes brasileiros na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde abordou temas ligados ao empreendedorismo e à gestão financeira.
Durante o evento, o artista sertanejo compartilhou desafios que enfrentou na área financeira e relatou seu processo de expansão de negócios para além da música.
“Morei em casa de pau-a-pique, sou muito conectado às minhas raízes, sempre junto da família”, afirmou Gusttavo, ressaltando sua trajetória pessoal. O cantor explicou que, apesar do sucesso, não teve retorno financeiro expressivo no início da carreira.
“Eu já fazia sucesso mas não ganhava muito”, disse. Ele destacou que o “pulo do gato” foi identificar formas de “monetizar a música” e diversificar seus investimentos.
Dono de negócios nos setores de agenciamento de artistas, seguros, venda de ingressos, agronegócio, mercado imobiliário e gastronomia, Gusttavo anunciou ainda que deve abrir uma nova cervejaria no Brasil até o final do ano. “A cerveja vai me acompanhar em todos os momentos”, declarou.
Além dos empreendimentos, Gusttavo Lima contou sobre a criação de uma fundação para apoiar idosos em Goiânia, com previsão de atender cerca de 2 mil pessoas. “Acho que a minha vida é isso, receber de uma parte e retribuir de outra”, disse o cantor. “A grana da música é maravilhosa, mas no dia em que eu parar, consigo levar uma vida tranquila, segura.”
A palestra ocorreu poucas semanas após o cantor ser investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa em um esquema de apostas. Gusttavo chegou a ter sua prisão preventiva decretada, mas a medida foi revogada pela Justiça no dia seguinte.
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Mais De 50% Dos Jovens Querem Abrir O Próprio Negócio
Segundo uma pesquisa do Nube - Estagiários e Aprendizes, mais de 50%, de cerca de 41 mil votantes, consideram abrir o próprio negócio no futuro. Para muitos, essa é a oportunidade perfeita para investir em um projeto pessoal, conquistar mais flexibilidade e turbinar as habilidades. Nos últimos anos, o desejo de empreender cresce exponencialmente.
Pesquisas do Nube apontam o aumento do desejo de empreender
Ainda conforme o estudo do Nube, realizado com jovens de 15 a 29 anos, 16% já se consideram com perfil empreendedor. Outros 35% também possuem essa vontade, mas pretendem fazer mais especializações antes. Por fim, 21% se vê em cima do muro, para eles, a condição financeira depende muito.
Segundo Yolanda Brandão, gerente de treinamentos do Nube, existem inúmeras razões para levar alguém a esse desejo. “Em um cenário de crise e alta taxa de desemprego, empreender pode ser considerado um meio para contornar a situação.
No começo, pode ser temporário até uma recolocação no mercado formal. Contudo, por vezes, o negócio se torna um projeto de vida”, afirma.
Para corroborar, o Nube fez mais um levantamento, perguntando: “você sonha em ter o próprio negócio?". Como resultado, 52% dos entrevistados pensam nessa possibilidade, mas também querem agregar mais vivências. Para 17%, não há dúvidas, pois é a oportunidade ideal para ter mais tranquilidade e controle sobre a vida. Enfim, 14% anseiam ser seu próprio patrão e não trabalhar para ninguém, além de si mesmo.
Dessa forma, as métricas comprovam como o desejo de iniciar um CNPJ aumenta a cada dia, independentemente de faixa etária. Ademais, as transformações digitais e o crescimento do e-commerce graças à pandemia, também foram grandes influenciadores.
“O empreendedorismo é entendido como uma chance de maior liberdade e prosperidade. Isso porque o meio corporativo sofreu sensíveis mudanças nas últimas décadas e seguir uma carreira ficou mais instável. Essa alternativa passou a ser reconhecida como uma chance para mais profissionais”, comenta Yolanda.
3 dicas para abrir um negócio e empreender com sucesso
De acordo com Yolanda, é normal ter um certo receio quando se trata de iniciar algo ainda inexplorado. “Qualquer projeto novo gera insegurança e existem algumas estratégias para lidar com isso”, expõe. Nesse sentido, a especialista elencou alguns tópicos para quem tem o interesse de seguir esse caminho. Confira:
1) Faça um bom planejamento:
“Para mitigar o medo, é necessário planejamento. Ou seja, estudar o segmento, conceitos de administração e gestão, marketing, entre outros”, recomenda a especialista.
Logo, busque todas as informações relativas ao negócio e entenda quais as dores e urgências do seu público, para ser mais assertivo e eficiente quanto precisar chegar até ele. “Atualize-se sobre tudo envolvido na administração de uma companhia, mesmo se ela tiver apenas você”.
2) Compartilhe a experiência:
Enfim, é essencial criar e manter uma rede de contatos. “Empreender pode ser uma tarefa bastante solitária. Por isso, busque grupos sobre o tema, encontre um mentor ou uma mentora.
Isso ajuda em diversos âmbitos”, indica Yolanda. Além disso, é uma maneira eficaz de fazer networking, entendendo as vivências alheias para agregar em suas próprias. Vale ressaltar: nenhuma corporação de sucesso chegou ao topo sozinha.
3) Busque a inovação:
Essencialmente com a transformação digital impulsionada pelo isolamento social, abrir uma instituição tornou- se mais fácil. Por isso, é crucial buscar a inovação, uma maneira de se destacar da concorrência e obter êxito perante os consumidores.
“Fique atento às movimentações do mercado”. Afinal, quem não se adapta às tendências acaba sendo deixado de lado, se torna obsoleto e perde espaço.
Por fim, Yolanda destaca como esse é um discurso recorrente para a juventude, principalmente entre a Geração Z. “Nem sempre como uma única possibilidade de carreira, mas atrelado a outras trajetórias profissionais, como um estágio, por exemplo”, finaliza.
Fonte: Yolanda Brandão, gerente de treinamentos do Nube
59% Das Mulheres Empreendedoras Faturam Até R$2.500 Por Mês, De Acordo Com A Pesquisa IRME 2023
Pesquisa revela ainda que 17% faturam até R$ 5 mil, 98% das empreendedoras são das classes D e E e 82% são mulheres negras
A Pesquisa IRME 2023, realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) com apoio da Rede Mulher Empreendedora e execução do Instituto Locomotiva, revela que seis em cada dez mulheres empreendedoras faturam até R$ 2,500 por mês e apenas 17% conseguem chegar aos R$ 5 mil mensais. Dessas, 98% são das classes D e E, 82% são negras e 83% começaram a empreender por necessidade.
Entre as 24% que conseguem faturar mais de R$5 mil por mês, 50% são das classes A e B. E quando as mulheres possuem receita positiva com lucro, as principais finalidades desse capital são investir no próprio negócio e guardar como poupança. Já entre os homens que possuem lucro, esse dinheiro é destinado para investir no negócio, para lazer e viagens.
Segundo Ana Fontes, empreendedora social, fundadora e CEO da Rede Mulher Empreendedora, faz oito anos que o Instituto RME realiza essa pesquisa e traz pontos de reflexão e discussão atualizados sobre o cenário da mulher empreendedora brasileira – tanto positivos quanto negativos e até de atenção.
“A 8ª edição da pesquisa 'Empreendedoras e Seus Negócios' é fundamental não apenas para direcionar as ações da RME (Rede Mulher Empreendedora) e do Instituto RME, mas também para influenciar e pautar as políticas públicas de apoio às mulheres. Elas representam quase metade dos pequenos negócios em nosso país”, afirma Ana.
A pesquisa ainda traz dados alarmantes como o fato de 73% das mulheres empreendedoras possuírem dívidas, sendo que 43% estão com algum pagamento atrasado.
Essas informações integram a 8ª edição da pesquisa, elaborada anualmente pelo IRME para abordar temas relacionados ao universo do empreendedorismo feminino, trazendo diferentes perspectivas sobre o perfil dessas mulheres, sua visão de mundo e a relação com seus empreendimentos, além dos desafios que enfrentam no dia a dia.
O estudo mostra também que quatro em cada 10 empreendedoras ainda não têm faturamento suficiente para cobrir os custos do negócio. Apenas uma em cada 10 consegue manter seu empreendimento com caixa saudável.
Além disso, 25% das mulheres empreendedoras já solicitaram crédito ou empréstimo para o seu negócio atual e os bancos aparecem como a principal escolha para essa solicitação. E os empréstimos são utilizados para ter mais capital de giro, aumentar estoque e compra de equipamentos.
Qual o perfil dessas mulheres e por que elas empreendem?
As empreendedoras entrevistadas para a pesquisa são predominantemente negras (65%), da região Sudeste (44%), de 30 a 45 anos (43%) e de baixa renda (50% são da classe C). 7 em cada 10 cursaram até o ensino médio (43%).
77% das mulheres empreendedoras começaram a empreender depois da maternidade. No geral, 70% das empreendedoras são mães e a maioria iniciou seus negócios por necessidade. Resultado que se destaca entre as mulheres negras, de menor renda e de escolaridade mais baixa.
Ao todo, 55% das mulheres empreendedoras abriram seus negócios por necessidade. 75% delas são das classes DE, 63% possuem até o Ensino Fundamental, 63% começaram a empreender depois da maternidade e 61% são negras.
E a pesquisa ainda traz que essas mulheres empreendem porque 95% delas acreditam que trabalhar e ter sua própria renda é um fator muito importante para que uma mulher seja independente.
Por isso, 92% das empreendedoras consideram o seu negócio muito importante e fazem de tudo para mantê-lo funcionando e 81% ainda conceituam o seu empreendimento como parte de quem são.
Empreendimentos anteriores e uso da tecnologia
O estudo mostra que 33% das mulheres empreendedoras já tiveram algum negócio encerrado anteriormente. A maioria desses negócios durou até três anos. Problemas financeiros foram os principais motivadores para o encerramento dos negócios anteriores, como, por exemplo, a falta de crédito para investir no negócio e pagar despesas.
48% das mulheres ouvidas possuem CNPJ. Há maior concentração de mulheres formalizadas no Sul e Sudeste, enquanto pelo menos 7 em cada 10 empreendedoras residentes nas regiões Norte e Nordeste estão na informalidade. Dentre as que estão informais, 50% justificam não possuir um CNPJ por falta de dinheiro para pagar os custos inerentes.
4 em cada 10 negócios foram abertos nos últimos dois anos, principalmente por mulheres mais jovens, de classes DE, moradoras de bairros de classe baixa, comunidades ou favela, que não possuem CNPJ.
Alimentação e bebidas, beleza e cosméticos, artesanato e vestuário são os principais ramos de atuação das mulheres:
● 20% alimentação e bebidas;
● 15% beleza e cosméticos;
● 13% artesanato;
● 12% vestuário e acessórios.
E 96% das empreendedoras afirmam que utilizam a internet para o trabalho, demonstrando a força da tecnologia como aliada nas jornadas profissionais. E a grande maioria acessa a internet através do celular. 9 em cada 10 mulheres utilizam as redes sociais nas operações online de seus empreendimentos, sendo o Instagram a principal rede para venda e divulgação.
A pressão e sobrecarga
As mulheres sentem a pressão e a sobrecarga do acúmulo de tarefas domésticas e profissionais. 7 em cada 10 empreendedoras se sentem cansadas e sobrecarregadas com a quantidade de responsabilidade que possuem.
8 em cada 10 empreendedoras recebem incentivo dos seus companheiros (as) nos seus negócios, mas metade das mulheres gostariam de ter mais auxílio nos cuidados com a casa.
E isso afeta também nos seus relacionamentos, 4 em cada 10 mulheres sentem que falta tempo para os seus relacionamentos ou já tiveram algum tipo de conflito com o seu companheiro (a) devido ao seu empreendimento. 2 em cada 10 já enfrentaram problemas com ciúme.
A Pesquisa IRME 2023 foi realizada online com metodologia quantitativa, entrevistou 4.180 pessoas com abrangência nacional, maiores de 18 anos, com negócio próprio ou trabalho por conta própria - no período de 06 de julho a 30 de julho.
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