Seis das 10 cidades mais violentas do Brasil em 2023 estão na Bahia
Seis dos dez municípios mais violentos do Brasil no ano passado pertencem à Bahia. É o que aponta a edição mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O ranking, que considera apenas as cidades com população superior a 100 mil habitantes, é liderado por Santana (AP). O município amapaense registrou taxa de 92,9 mortes violentas intencionais (MVI) a cada 100 mil habitantes, em 2023, quase o dobro em relação a 2022.
De acordo com o levantamento, as mortes violentas intencionais englobam as vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e de intervenções policiais em serviço e fora de serviço.
Confira quais foram as 10 cidades mais violentas do Brasil em 2023
Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública/Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)
Causas
Os pesquisadores responsáveis pelo anuário acreditam que há duas principais explicações para as MVI no país. A primeira, está associada às disputas de mercados e pontos de venda de drogas entre as diversas facções de base prisional e milícias que controlam territórios de forma armada e violenta.
Especialista em segurança pública e inteligência policial, André Santos Pereira aponta que a violência cresce à medida em que se multiplicam as organizações criminosas, abastecidas pelo tráfico internacional de drogas.
"O Brasil é rota do tráfico internacional da droga produzida na Colômbia, no Peru e na Bolívia. Portanto, nós somos um entreposto dessas mercadorias e, por óbvio, isso passando pelo país, tem alguém que cuida dessa rota e, normalmente, nós temos a fixação dessas organizações criminosas nos presídios brasileiros. Temos 72 organizações de base prisional sendo as "gestoras" dessas atividades ilícitas. A repercussão das ordens delas ocorre na vida do cidadão comum".
De acordo com o FBSP e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até 2022, pelo menos dez facções disputavam territórios em terra e na Baía de Todos os Santos, um espaço geográfico estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas. Não à toa, municípios ao seu redor, como Salvador e Camaçari, foram aqueles com maior número de tiroteios em 2022, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Camaçari é, inclusive, a segunda cidade do Brasil com mais mortes violentas intencionais.
Segundo o Atlas da Violência, além do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV), a Bahia conta com, pelo menos, mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC.
Para o sociólogo Luiz Lourenço, pesquisador da área de Segurança Pública pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), o crescimento econômico experimentado pelas cidades baianas, em especial as do oeste do estado, como Jequié, também atraiu o interesse de facções criminosas.
"São cidades que têm experimentado um dinamismo econômico e crescido bastante nos últimos anos. Isso ajuda a entender um pouco como elas também se tornam atrativas para mercados criminosos. Onde há dinheiro pode haver tráfico de drogas, receptação de mercadorias. Isso a ajuda a entender porque elas acabam aparecendo como vetores de violência."
Segurança pública
A segunda razão por trás de tanta violência, de acordo com os pesquisadores, é a falta de efetividade de políticas de segurança pública, que privilegiam o confronto direto em detrimento do trabalho de inteligência policial. O estado da Bahia tem a segunda polícia mais letal do país. Em 2023, as intervenções das forças de segurança foram responsáveis por 1.699 mortes, o que resultou em uma taxa de 12 óbitos para cada 100 mil habitantes.
"A maneira com que a secretaria de segurança pública, nos últimos 16 anos, tem lidado com essa situação também não contribuiu para que a gente tivesse uma diminuição da violência. Estratégias fortemente militarizadas, com grupos táticos, não contribuíram para o desarmamento das facções, e para que se tornassem menos violentas. Ao contrário, fez com que elas acirrassem uma corrida armamentista, competindo com as forças de segurança pública. Criou-se esse círculo vicioso", avalia Lourenço.
Soluções
Segundo Lourenço, a melhor estratégia para enfraquecer o poder das facções é o investimento do poder público em ações que diminuam o poder de influência delas sobre os mais vulneráveis, principalmente os jovens que vivem nas periferias. "O jovem vulnerável, sem opção de lazer, esporte, educação, emprego e renda, é um alvo fácil para ser cooptado pelo mundo do crime, pelas facções", diz.
Já Pereira acredita que o policiamento ostensivo é importante, mas que deve ser acompanhado de um trabalho de inteligência das forças de segurança para alcançar os resultados desejados. "É necessário nós adotarmos uma abordagem mais ampla e integrada, que envolva não apenas uma política de policiamento ostensivo, ou seja, o foco naquilo que aparece para a população, deixando de lado, muitas vezes, as medidas de investigação, aquilo que pode trazer a solução de um crime e dar elementos consistentes para que os criminosos sejam levados à prisão e lá permaneçam por meio de uma ação judicial que proporcione resultados efetivos na condenação deles", avalia.
Bahia é o estado com a maior população quilombola do Brasil
Em pesquise inédita que mapeou a população quilombola no país. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelou que quase 70% dessa população está no nordeste. São mais de 900 mil pessoas alto declaradas nos nove estados da região, dos quais o mais populoso é Bahia. Um resultado que não trouxe muita surpresa, segundo a supervisora de disseminação de informações do IBGE, na Bahia, Mariana Viveiros.
Alaine Gama faz parte da comunidade de quilombola Bebedouro, na cidade de Campo Formoso, no norte do estado. A universitário considera o mapeamento do IBGE um fato histórico.
Mariana Viveiros também ressalta a delimitação e titulação dos territórios quilombolas na Bahia. Apesar de contar com a maior população quilombola, em números absolutos e a segunda maior em termos relativos do país. A Bahia apresenta o terceiro menor percentual de quilombolas residindo em áreas oficialmente delimitadas.
No país como um todo, em 2022 pouco mais de1,3 milhão de pessoas se auto declararam quilombolas. Acre e Roraima são os únicos estados do país sem registro de população.
Agência Nacional
Força-tarefa leva alimentos para os afetados pelas chuvas
O Governo de Goiás, por meio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), Gabinete de Políticas Sociais (GPS), Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Seds) e Corpo de Bombeiros, está levando alimentos para moradores das comunidades quilombolas do Vão das Almas, Vão do Moleque e do Rio Bonito, em Cavalcante, no Nordeste de Goiás.
Cerca de 400 famílias que vivem nessas localidades foram afetadas pelas fortes chuvas que caíram no município, provocaram alagamento e destruíram pontes, deixando muitos desabrigados e isolados.
A operação vai distribuir 600 cestas básicas e 600 cobertores da OVG às famílias afetadas pelas chuvas. Os donativos saem de Goiânia nesta terça-feira (28/12). “Temos uma base do Governo de Goiás em Teresina, de onde vão sair todas as cestas de alimentos e cobertores para as outras cidades”, explica o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça – que acompanhou o processo de embarque dos donativos nos caminhões. “Também estamos em contato com os prefeitos para providenciar um local para as famílias desabrigadas, vamos dar a assistência necessária para que elas possam superar este momento de dificuldade”, acrescenta.
Segundo o presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Pedro Leonardo, o caminhão com donativos terá de passar por Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, para chegar ao município de Teresina de Goiás. “A expectativa é que as cestas e cobertores cheguem a Teresina até, no máximo, amanhã (quarta, 29/12) de manhã, quando deve ser iniciado o deslocamento dos donativos para as comunidades afetadas pelas chuvas”, informa. Por conta da dificuldade de acesso, boa parte das doações será levada de barco até as famílias.
#Com informações do Portal Goiás
Goiás envia força-tarefa para operações de resgates na Bahia
Por determinação do governador Ronaldo Caiado, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO) enviou, neste domingo (26), uma força-tarefa que dará suporte às operações de resgate na Bahia. O estado tem sido assolado por enchentes e alagamentos, que já deixaram mais de 70 municípios em situação de emergência. A missão foi autorizada pelo chefe do executivo estadual, pelo secretário de segurança Pública (SSP-GO), Rodney Miranda e o comandante-geral do CBMGO, Coronel Esmeraldino Jacinto de Lemos.
A força-tarefa é composta por oito militares goianos, especialistas em operações de salvamento em desastres e mergulho autônomo. A equipe segue para o município de Itapetinga, onde irá atuar junto ao Corpo de Bombeiros Militar da Bahia. A previsão é de que os militares cheguem ao local às 18h desta segunda-feira (27). “São centenas de vítimas, famílias desabrigadas, principalmente no sul e sudeste do estado”, destacou o Tenente do CBMGO Kenyo Visconde, que comanda a Operação SOS Bahia.
O governador elogiou o empenho dos militares que, segundo ele, dão grande exemplo para o Brasil. “Tenho muito orgulho destes homens que emprestam suas vidas para que as vidas de outras pessoas sejam preservadas”, afirmou. Já o titular da SSP-GO destacou o espírito solidário dos bombeiros goianos. “Não pensaram duas vezes antes de deixar suas casas para ajudar. São profissionais da mais alta envergadura”, ressaltou.
A corporação goiana faz parte de uma força-tarefa que envolve diversos estados e o Governo Federal. De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec), as fortes chuvas que atingem o estado já deixaram mais de 16 mil desabrigados. Foram ainda contabilizadas 20 mortes. Ao todo, mais de 430 mil pessoas foram afetadas.
#Com informações do Portal Goiás
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