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K2_DISPLAYING_ITEMS_BY_TAG Ansiedade

A obsessão por riqueza está causando ansiedade e depressão na chamada “pandemia de saúde mental” que afeta desproporcionalmente as pessoas mais pobres. A conclusão é do relator especial da ONU sobre Pobreza e Direitos Humanos, autor do relatório “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde Mental”.

 

Para Olivier De Schutter, a busca desenfreada pelo aumento do Produto Interno Bruto, PIB, gera escolhas políticas que tornam as sociedades mais desiguais.

 

Ele disse que essa lógica também é nociva aos trabalhadores, que sofrem cada vez mais com ansiedade e depressão. Segundo o especialista, “as desigualdades estão enlouquecendo as pessoas”, pois causam a chamada “ansiedade por status”.

 

“Quanto mais desigual é uma sociedade, mais as pessoas da classe média temem cair na pobreza e com isso desenvolvem quadros de estresse, depressão e ansiedade“, diz Olivier.

 

O relator defende que é preciso “parar de pensar que o crescimento econômico, aumentando o PIB, é a varinha mágica que resolverá o problema da pobreza”.

 

Para ele, a busca por este crescimento está “aumentando o fosso entre ricos e pobres”, resultando em problemas de saúde e no medo de ficar para trás.

 

Sobre a precarização do trabalho, De Schutter afirma que o fator de risco mais importante hoje é “uma economia que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, na qual os trabalhadores devem estar basicamente disponíveis sob demanda”.

 

Essa lógica resulta em horários muito variáveis de trabalho, o que torna muito difícil manter um equilíbrio adequado entre a vida familiar e a vida profissional.

 

Segundo ele, essa incerteza constante sobre os horários e a carga de trabalho, representa uma “grande fonte de depressão e ansiedade”.

 

Mais Goiás

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Alimentação, exercícios físicos e apoio profissional são aliados para diminuir estresse e trazer mudanças gradativas

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil apresenta a maior proporção de pessoas ansiosas, atingindo 9,3% da população.

 

Em um contexto em que cada vez mais brasileiros enfrentam questões relacionadas à saúde mental, a transição do período festivo para o início de um novo ano não se resume apenas à alegria, trazendo também desafios emocionais.

 

A vontade de compensar as perdas do ano que passou e cumprir novas metas muitas vezes ultrapassa a animação, resultando no aumento dos níveis de estresse e ansiedade.

 

“As pessoas enfrentam desafios ao longo do ano e quando o ciclo se encerra sem que essas questões se resolvam, elas se veem imersas em um período de autocobrança.

 

Esse momento de reflexão pode ser intenso, e é importante lembrar que a jornada emocional é tão válida quanto às conquistas tangíveis”, diz a psicóloga do Hospital São Marcelino Champagnat, Ana Campos.

 

Corpo e mente em equilíbrio

 

Com o fim das festas, muitas pessoas tendem a adotar hábitos “detox”, principalmente no que diz respeito à alimentação. A busca pelo corpo ideal e o alívio do exagero gastronômico de fim de ano incentivam a adoção de práticas para resultados imediatos, que são ineficientes para a promoção de uma vida saudável. Manter uma alimentação equilibrada não deve ser apenas uma solução no início do ano, mas, sim, uma série de hábitos contínuos durante todos os 365 dias.

 

“O objetivo deve ser a criação de hábitos alimentares saudáveis a longo prazo. Implementar mudanças extremas pode resultar em frustração e dificultar a adesão adequada à dieta.

 

O ideal é adotar uma abordagem gradual e sustentável para conseguir resultados duradouros e promover um estilo de vida saudável“, explica a nutricionista Marcella Oliveira, dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru.

 

Outro ponto importante para quem busca um novo ciclo com mais saúde é a sinergia entre uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos. Essa prática desencadeia a produção dos chamados "hormônios da felicidade", além de regular o estresse, ajudar na qualidade do sono e impulsionar a energia ao longo do dia.

 

Além das endorfinas, responsáveis pela sensação imediata de felicidade após a prática de exercícios, a adrenalina, a noradrenalina, a dopamina e o cortisol são liberados durante a atividade física, promovendo também adaptações positivas a médio e longo prazo.

 

O papel dessas substâncias vai muito além do humor; elas também causam impacto na cognição e contribuem para um estado mental mais equilibrado.

 

Para Pedro Murara, médico do esporte do Hospital São Marcelino Champagnat, a prática contínua de atividade física tende a ser benéfica ao gerar satisfação, especialmente à medida em que os resultados são percebidos.

 

“A melhoria da autoestima é outra conquista valiosa proporcionada pelos exercícios físicos. Ao perceber a evolução nas capacidades físicas e na aparência, as pessoas encontram motivação e confiança, o que pode ser particularmente benéfico para pacientes com quadros depressivos, ansiosos ou com insatisfação corporal”, reforça.

 

Adoção de cuidados

 

Além das atividades físicas e da alimentação equilibrada, a combinação de diferentes cuidados pode criar uma base sólida para o equilíbrio emocional.

 

Práticas como garantir um sono adequado, gerenciar o estresse, cultivar relacionamentos saudáveis, dedicar tempo ao lazer e procurar ajuda profissional são essenciais ao longo de todo o ano quando o objetivo é manter a saúde mental.

 

“Hábitos simples como priorizar um sono regular e de qualidade, estabelecer momentos para relaxamento e lazer, nutrir vínculos saudáveis, sejam eles amorosos, familiares ou de amizade, além da busca de ajuda profissional, que não deve ser encarada como sinal de fraqueza, mas como um passo corajoso em direção ao autocuidado, são atitudes que fortalecem a resiliência emocional e ajudam a lidar com os desafios durante todo o ano”, conclui a psicóloga Ana Campos.

 

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