O Conselho Superior do Ministério Público de Goiás (MP-GO) arquivou, na terça-feira (2/12), processo que investigava o governador do estado Marconi Perillo (PSDB). O procedimento foi aberto em 2012 após a Operação Monte Carlo e apurava possíveis improbidades administrativas a partir do suposto envolvimento de Perillo com o contraventor Carlos Augusto Ramos Cachoeira, o Carlinhos Cachoeira.
Segundo o MP-GO, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do órgão, Spiridon Anyfantis, recomendou o arquivamento do processo por falta de provas. O procedimento foi encaminhado ao Conselho Superior do MP-GO, para relatoria da procuradora Ana Cristina Ribeiro Peternella, que também constatou falta de provas e emitiu parecer pelo arquivamento. A decisão foi acolhida de forma unânime pelos membros do Conselho.
Perillo ainda responde por outro processo que também investiga o seu suposto envolvimento com Cachoeira e tramita em caráter sigiloso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em entrevista coletiva, Marconi disse estar confiante que o processo no STJ também será arquivado.
“Agora nos resta apenas aguardar a investigação do Superior Tribunal de Justiça para que esse assunto seja definitivamente encerrado, arquivado, para que a população tenha a segurança, a certeza de que o governador do estado de Goiás em momento algum esteve envolvido em quaisquer uma daquelas acusações acerca de qualquer relacionamento com o grupo que foi investigado naquelas operações”, afirmou Perillo.
Investigação
A Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) em 29 de fevereiro de 2012, revelou um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Segundo a investigação, o esquema era comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
A investigação trouxe à tona gravações telefônicas que caçaram o mandato do ex-senador da República Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), abasteceram duas CPIs, uma no Congresso e outra na Assembleia Legislativa de Goiás, causaram mudanças nos comandos da Segurança Pública goiana e levaram à condenação de oito pessoas. No entanto, todos os envolvidos recorreram da sentença e aguardam em liberdade.
Na ocasião, Marconi Perillo (PSDB) compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional, onde negou envolvimento pessoal com o contraventor e falou aos parlamentares sobre a venda da casa onde Cachoeira foi preso, em um condomínio de luxo de Goiânia. O imóvel, antes de ser ocupado pelo empresário, pertencia ao governador.
Fonte: G1 Goiás