Ele é uma das estrelas quando se fala de compotas e doces caseiros. O figo é uma das frutas mais tradicionais usadas nesse tipo de preparo. Dados históricos trazem a origem no mediterrâneo. A figueira foi uma das primeiras árvores cultivadas pelo homem, e os frutos muito consumidos desde os tempos antigos por egípcios, gregos, romanos e judeus.
No Brasil, a produção se destaca no interior de São Paulo. O cultivo começou depois que a espécie foi trazida por portugueses no século XVI. Uma curiosidade é que embora seja popularmente tratado como fruta, as flores da figueira se abrem dentro de uma vagem em formato de pera (floração invertida), que mais tarde, amadurece e se transforma no figo.
Entre as variedades mais conhecidas está o roxo, mas em Gameleira de Goiás, Hedy Sauter, ao se aposentar do trabalho com turismo, foi para a fazenda cultivar mini figos. Verdinhos e brilhantes, têm o tamanho menor que a metade da variedade do convencional. Quando amadurece o sabor não agrada. Já para compotas e doces, ele é disputado.
Eu ganhei as primeiras mudas de presente da minha irmã e a plantação evoluiu, depois eu comprei mais, fiz mais mudas e pretendo aumentar, porque o mini figo é uma venda certa. E quem faz o doce também tem venda garantida. Ele tem um sabor diferenciado e é mais difícil de encontrar. Então quando você tem o produto para a venda, as pessoas se interessam. É uma coisa que tem relação com tradição. Antigamente as pessoas tinham essa variedade e depois foi acabando pela dificuldade do manuseio”, conta a fruticultura.
Dona Hedy destaca que é preciso cuidar com muita atenção. As pragas são grandes desafios. “A ferrugem tem que ser controlada imediatamente ao ser identificada. E tem que ter atenção com o ponto de colheita. O mini figo tem um ponto certo. Se você deixou passar, você perde a safra toda rapidamente”, explica.
A fruticultura está sendo assistida pelo Senar Goiás. “Foi a minha salvação, tanto na parte da implantação, com a assistência no manuseio, nos espaçamentos, quanto toda a parte técnica dada pelo Senar. O técnico de Campo Raul está ajudando a ampliar a produção que ainda é pequena, mas tem potencial para crescer. Sem o Senar talvez eu não estaria produzindo”, conclui.
Na propriedade vizinha mora a irmã da dona Hedy, a dona Renata, uma doceira de mão cheia que compra a produção dela. E é lá que o Raul Kardec também oferece a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Goiás. São 250 plantas do figo tradicional, roxo, em produção. “O objetivo foi priorizar a adubação para a gente ter um enchimento de fruto maior e também um sabor melhor nos frutos, e tentar atingir altos testes de produtividade. Uma planta de figo em média tem que produzir de oito a dez quilos. Eu acho que hoje a gente está trabalhando na casa dos cinco quilos por plantas ainda. Então, temos que ampliar para a próxima safra”, informa o técnico de campo do Senar Goiás.
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag