O governador Ronaldo Caiado (UB) exonerou seis auxiliares de primeiro e segundo escalões da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) nesta terça-feira (9), em meio a investigação de suspeitas de irregularidades na execução de serviços no órgão. No início da tarde desta terça, a Goinfra cancelou o contrato de R$ 28 milhões que é alvo das apurações na Controladoria Geral do Estado (CGE) e na Polícia Civil, conforme apurou O POPULAR.
As investigações e providências são mantidas em sigilo pelo governo, que manifestou apenas, por meio de nota, que “as substituições de servidores foram realizadas para o aprimoramento da gestão, visando a entrega do plano de obras da Goinfra”. No entanto, o decreto do governador não trouxe substitutos para os cargos.
Na lista dos exonerados estão dois diretores, dois gerentes, a chefe de Gabinete do presidente da Goinfra, Lucas Alberto Vissoto Júnior e uma líder de Área. Três dos nomes foram levados para a Goinfra pelo presidente, que assumiu a pasta em dezembro de 2022. Procurado ao longo do dia, ele não se manifestou sobre o caso.
Perderam os cargos os diretores de Gestão Integrada, Thiago Carim Bucker, e de Manutenção, Adriano Mendes Ribeiro; os gerentes de Aérodromos, Gabriel Tertuliano, e de Apoio Administrativo e Logístico, Vítor Angrisani Berquó Ramalhão; a chefe de Gabinete da presidência Polyana Rosseti Oliveira Rosa; e a líder de Área ou Projeto Thayana Torres Avelar Nasser da Veiga.
Todos tinham relação com a assinatura ou execução do contrato número 56/2023 com a empresa Prime Construções, de Brasília, responsável pela “manutenção e conservação predial, de natureza preventiva e corretiva, com fornecimento de materiais e mão de obra, nas instalações da Goinfra”. A empresa executa obras de reformas de prédios, incluindo os Palácios das Esmeraldas e Pedro Ludovico Teixeira, além da sede da Goinfra, aeródromos e postos policiais rodoviários.
O contrato foi assinado em junho de 2023, no valor de R$ 22,3 milhões, com adesão à ata (carona) de um pregão realizado pelo Comando do Exército/ Ministério da Defesa. Em março deste ano, houve um aditivo com acréscimo de itens e aumento do valor em mais R$ 5,58 milhões. A vigência seria de um ano, com previsão de encerramento, portanto, em junho.
O Portal de Transparência do governo estadual aponta que a empresa já recebeu R$ 14,5 milhões da Goinfra. O valor de empenhos (recursos reservados no Orçamento para o pagamento a contratados) ultrapassa R$ 17 milhões.
No último dia 5, três dos servidores agora exonerados assinaram notificação de suspensão do contrato com a Prime. A empresa informou ter recebido o documento na segunda-feira (8). A notificação aponta “Solicitação de Ação Corretiva em inspeção do contrato” e determina que a empresa “interrompa imediatamente todos os serviços que se encontram em andamento”. Fala ainda na suspensão das ordens de serviços (documentos que autorizam a execução de determinada reforma).
Nesta terça, houve despacho de Vissoto autorizando a rescisão do contrato e determinando a abertura de processos administrativos de responsabilização contra a Prime e por transgressões disciplinares contra os ex-servidores.
Os documentos a que O POPULAR teve acesso não detalham quais são as irregularidades investigadas. Informações de bastidores indicam que a polícia teria indícios colhidos em trocas de mensagens e provas de entrega de dinheiro.
O popular