O Marco Legal do Saneamento, promulgado em julho de 2020, trouxe visibilidade para o setor, colocando em evidência a importância de uma gestão eficiente de água, esgoto e resíduos para o desenvolvimento social e econômico do país, bem como para proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas.
Para Narana Cardozo, responsável pela área de atendimento técnico da Matryx, essa visibilidade motiva a entrada de novos investimentos no setor e a implantação de novas soluções para a universalização do saneamento no país.
“O Brasil é um país continental e as demandas bem como os desafios são variados. Os investimentos estão sendo alocados para atender a sociedade, mas também temos vistos aportes da indústria, que é uma grande consumidora de água”, afirma.
A seu ver, o Marco Legal também possibilitou avanços regulatórios, já que o país possui várias agências regulatórias diferentes, nos âmbitos municipal e estadual, contribuindo para aumentar a segurança jurídica.
Todas as regiões brasileiras têm investido no saneamento, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, segundo Narana. Especificamente na área de efluentes, ela avalia que a captação tem sido crescente e parte das cidades apresentam bons índices nesse segmento.
Contudo, ainda há uma baixa eficiência no tratamento dos efluentes de modo geral no país, pois as estações foram projetadas para atender um certo volume de efluentes e demanda tem crescido.
Como exemplo, citou a alta temporada em algumas cidades que resulta em picos de vazão, dobrando ou até triplicando o volume coletado para tratamento.
“Esse caso mostra a importância de se ter a tecnologia para aumentar a eficiência e para atingir os parâmetros necessários. As soluções químicas para a aumentar a sedimentabilidade do lodo, por exemplo, podem contribuir para não se ter problemas de arraste ou perda de eficiência.
Isso significa que é preciso estar sempre atento as necessidades de cada município e região e aproveitar as oportunidades, por meio do desenvolvimento de produtos e investimento em tecnologia”, explica Narana.
“O tratamento de efluente é caixinha de surpresa, pois a prática e a teoria nem sempre estão tão facilmente atreladas, muitas vezes faltam informações de processo ou essas não são precisas, assim como os produtos usados nem sempre são os ideais. Assim, aliar a infraestrutura com um bom produto químico e a área operacional treinada é fundamental”.
Nesse sentido, Narana aponta como desafios para o setor a conscientização e o treinamento, pois o primeiro trabalha com a sociedade em geral, enquanto o segundo capacita a equipe técnica sobre os produtos a serem aplicados e também lhes oferece mais consciência sobre o trabalho a ser realizado.
Rádio Eldorado FM
