Nativo do hemisfério Norte, o cranberry é um fruto que, nos últimos anos, tornou-se conhecido no Brasil pelas suas propriedades nutritivas e benéficas, sobretudo na prevenção da cistite, um tipo de infecção urinária. No entanto, seu alcance na saúde da população vai além disso, com pesquisas e estudos constantes para determinar os possíveis benefícios para o sistema cardiovascular, sistema imunológico e como agente anticancerígeno.
O fruto, inicialmente branco, mas que se torna vermelho-escuro quando totalmente maduro, é muito usado na preparação de molho para acompanhar o peru assado, no Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos. No Brasil, seu consumo ainda é pouco, não só porque não é cultivado no país, mas também pelo preço elevado.
Benefícios em estudo
Um dos aspectos mais pesquisados em relação ao cranberry é sua capacidade de prevenir e tratar as infecções urinárias. Nesse sentido, um estudo de 2017, publicado no The Journal of Nutrition, mostrou que o consumo da fruta reduziu o risco de infecção urinária em 26%. O trabalho foi feito com mulheres que apresentavam um risco 50% maior de desenvolver o mal ao longo da vida, além de serem as que sofriam mais com infecções frequentes. Embora outras pesquisas estejam sendo realizadas para confirmar esses benefícios, o suco de cranberry já é indicado por muitos especialistas.
Avaliando os efeitos e benefícios do suco de cranberry, um estudo de 2011 verificou que o fruto diminui a oxidação lipídica e aumenta a capacidade antioxidante plasmática em mulheres com síndrome metabólica.
Outro estudo de 2013 comprovou que o cranberry representa uma rica fonte de bioativos fenólicos que podem contribuir para a saúde humana.
Uma pesquisa de 2011 constatou os efeitos benéficos do consumo de suco de cranberry na função vascular em pacientes com doença arterial coronariana.
Como consumir
O cranberry normalmente é usado em sucos, desidratado, em cápsulas ou in natura, embora seja difícil de encontrá-lo nessa forma no Brasil. Pode ser adicionado em geleias, sorvetes, tortas, bolos, biscoitos, barras de cereais, molhos e caldas. O recomendado é que se consuma 100 gramas da fruta ou duas cápsulas de 250 mg e 400 mg por dia. No caso de sucos, de 200 ml a cerca de 480 ml por dia.
Fontes: Durval Ribas Filho, endocrinologista e médico nutrólogo, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Glaucia Rodrigues Medeiros, nutricionista, especialista em nutrição clínica funcional e presidente da ANDF (Associação de Nutrição do Distrito Federal).