O Brasil aumenta o uso e as importações de adubos exatamente em um período de intensa escalada de preços no mercado externo. Alguns produtos acumulam altas de até 83% em 12 meses.
O reflexo imediato será uma elevação forte no aumento de custos, principalmente no próximo ano. Essa alta vai pesar tanto no bolso dos norte-americanos como no dos brasileiros, dois dos principais responsáveis pela oferta de grãos no mundo.
O DAP (fosfato diamônico) subiu 83% do fim de julho do ano passado ao mesmo período deste ano, em Illinois (EUA). No Brasil, o MAP (fosfato monoamônico) acumulou alta de 65% apenas no primeiro semestre deste ano.
O potássio aumentou 71%, e a amônia, 53%, nos últimos 12 meses, segundo economistas do Departamento de Economia Agrícola e do Consumidor da universidade de Illinois.
Natália Fernandes, coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), diz que a pressão também é grande para o produtor nacional.
Desafio maior terão os produtores cujos preços de sua atividade não acompanham a alta dos fertilizantes. Entre eles estão as hortaliças, que dependem do mercado interno. Desemprego alto e renda baixa inibem as vendas.
O fertilizante importado chega ao Brasil também com o peso do dólar valorizado e dos fretes marítimos. Estes em constante elevação, segundo Fernandes.
Será um período de gestão de risco. Os custos estão elevados, mas não se sabe o que ocorrerá com os preços das commodities.
Fonte: Mais Goiás