A Universidade Federal de Goiás (UFG) fechará as contas neste ano de 2020 com déficit de R$ 15 milhões e considera paralisação parcial de atividades, diante do cenário de novos cortes do governo federal na verba destinada ao ensino superior.
A avaliação é do reitor, Edward Madureira, que busca apoio da bancada federal goiana para reverter a redução de 17,5% nos recursos das universidades e institutos federais para 2021.
A tesourada foi imposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no Projeto de Lei Orçamentária Anual e a decisão do Ministério da Educação (MEC) foi de estender o mesmo percentual de redução a todos os setores da Educação.
“Estamos fazendo todo o malabarismo orçamentário para conseguir ficar com menos contas em aberto para o final de ano. A questão é que o orçamento das universidades tem defasagem há pelo menos cinco anos, com valores congelados e todos os custos crescentes”, conta o reitor, que também está à frente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino). Segundo Edward, o valor negativo de R$ 15 milhões poderia ser maior, não fosse a realidade de pandemia, já que houve economia nas contas de energia, sem aulas presenciais.
Na prática, segundo Edward Madureira, a UFG fecha o ano com dívidas de dois meses com os fornecedores, como empresas de segurança e limpeza. A redução de 17,5% em gastos de manutenção causaria atraso de quatro meses, dos 12 pagamentos previstos em 2021. “Por isso que, infelizmente, consideramos paralisar algumas atividades no ano que vem, apesar de todo o trabalho de resposta à pandemia que tem sido prestado pela UFG”, adianta o reitor.