Insatisfeitos com o não pagamento do reajuste salarial de 12,33%, que é prevista em lei, os servidores da Segurança Pública do Estado de Goiás decidiram paralisar todos os atendimentos durante esta quarta-feira (09/12), numa operação denominada por eles como Padrão Atividade Zero.
O pagamento da reposição salarial deveria ter sido feita em novembro para a PolÃcia Civil e em dezembro para os demais polÃcias, mas até o momento não foi realizado, de acordo com os servidores.
A paralisação será iniciada na quarta-feira às 8 horas e vai até às 8h do dia seguinte, quinta-feira (10/12). Segundo o diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás, Paulo Sérgio Alves Araújo, o objetivo da paralisação é demonstrar ao governo que a segurança pública faz falta. “A sociedade já sofre com uma segurança pública capenga, os servidores (da Segurança Pública do Estado de Goiás) merecem respeito e reconhecimento", disse. O diretor afirmou também que a categoria é importante e precisa do reajuste.
Durante o perÃodo, a PolÃcia Militar (PM) não fará atendimento de nenhuma ocorrência e 30% das viaturas serão retiradas de circulação. No entanto, as outras 70% que permanecerão nas ruas não realizarão nenhum atendimento. Já nas agências prisionais todos os serviços estarão suspensos, exceto escolta de custodiado para atendimento de emergência em saúde. Visitas aos custodiados no interior, atendimento para audiências de custódia, recebimentos de alvará de soltura e monitoramento de presos que utilizam tornozeleiras eletrônicas não serão realizados.
A polÃcia cientÃfica também terá os serviços paralisados durante todo o dia, como as perÃcias internas e externas. A requisição de exame cadavérico será feita apenas nos casos de homicÃdio, suicÃdio, acidente e morte a esclarecer. Além disso, flagrantes só serão registrados ao final da paralisação. Atividades como registro de boletins de ocorrência, ordem de missão e oitivas também estarão suspensas.
A assessoria do corpo de Bombeiros Militar informou que as atividades do grupo não estão suspensas.
Medidas
A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, por meio de nota, informou que tomou todas as medidas necessárias para garantir a prestação de serviços e a tranquilidade à população.
O texto diz ainda que foi determinado aos comandantes da PolÃcia Militar e Corpo de Bombeiros, ao delegado-geral da PolÃcia Civil e aos superintendentes da PolÃcia Técnico-CientÃfica e da Administração Penitenciária que adotem providências necessárias à apuração disciplinar e criminal de eventuais fatos decorrentes da Operação Produtividade Zero.
Segundo a SSPGO, somente entre 2014 e 2015, os servidores obtiveram reajustes da ordem de 32,2% (mais que o dobro da inflação do perÃodo). Para os próximos três anos, a previsão é de mais 37,5%. Além dos reajustes salariais lineares, desde 2011, 13.096 policiais militares, 2.349 bombeiros militares, 569 policiais civis, 1.052 servidores do sistema prisional e 429 servidores da PolÃcia Técnico-CientÃfica foram promovidos.
Em 2015, 1.739 policiais civis, 422 servidores da PolÃcia Técnico-CientÃfica e 358 servidores do sistema prisional obtiveram progressão na carreira – o que redunda em valorização na remuneração.
Fonte: O Hoje